PELA ESTRADA BOIADEIRA

(Ao meu Tio João Gabiroba que apanhava

estas frutas, num arbusto rasteiro,

de cima da sua montaria, pela estrada boiadeira)

Perto deste centro antigo da mineração

Doces lembranças de um passado

De marmeladas muito saborosas

De quilombolas a lutar pela liberdade

Santa Luzia, LuZiânia, de Goiás, antiga cidade!

Passo CrisTalina, gemas de valor, encruzilhada

Chego a CaMpo AleGre, o nome combina

Vejo ali, meu Vô, com a carabina

O que podia, resolvia-se com calma

Construía pontes, sobrados, engenhos de-moer-cana

Distâncias, a pé, a percorrer, se anda!

Em CaTalão, GoiaNdira, CuMari

AnhaNgüera, NOva AuRora, IpaMeri

Lugares onde nasceram e se criaram os meus tios

Conheço estórias, de glórias, de outras...perco o fio

Do Índio Affonso figura lendária do lugar

Dele, romanceou Bernardo, escritor sem par!

Ao atravessar o nem mais, tão corrente ParaNaíba

Relembro estórias destas paragens

Logo, a BuCaina, Terra da Vó Maria

Onde esteve só, em ilha abandonada

Onde a carabina do papo-amarelo

Diálogo singelo, bem entendido

Quem pagasse mais... Serviço garantido!

AraGuari, TupaCiguara, UberLândia

Terra dos meus pais e onde nasci

Daqui sou guardei mais do que perdi

Vim rever parentes, amigos e colegas

Gente que, um dia, cuidou de mim

Fico a ouvir estórias, muitas já conheço

Outras, ainda, quero ouvir com apreço!

Pretendo me encontrar com a minha infância

Tempos que eu não esqueço, os tempos de Criança!

Sobradinho-DF, 10/10/07- abello