Tributo a Poeta TULA PILAR FERREIRA
corpo somático da poeta angelica Carolina Tula
morre também com ela a empregada doméstica a babá a mulher negra a mulher descriminada a faxineira
Para mim que não acredito na morte, ela hoje mudou de veste
Possivelmente não terá mais cor
Tula adentra no mundo maior, o mundo das idéias
Platão tinha razão
O mundo dos sonhos
dos seus e nossos,
Hoje declamará no jardim das alamedas no jardim das tulipas vermelhas Declamará no jardim dos "poetas mortos"
Dos poetas sem corpos
Os quintessênciados
Com o corpo que sendo decorado de grafite
tatuado de frases dos teus poemas leves, de cicatrizes profundas como todas
as almas nobres
O céu recebe de volta a estrela negra
que pisando aqui
era como se pisase ali
Pisando alí
Pisou na lua
Vai Carolina ao encontro de Cora Coralina que poetizou as ruas e becos de Goiás diga a ela que é tua irmã que foram separadas pelas algemas do destino, sendo irmãs gêmeas de almas
A poesia usará as antenas da NASA e fotografara este encontro no núcleo do buraco negro que hoje ficou Azul