Caçulinha

A caneca de porcelana, lisa que só,

hoje foi ao chão pelos dedos aéreos

eu pensava longe, sobre janeiro

já estar afoito no terceiro dia

Aniversário da maninha

Meu sorriso lento se estende tanto

que quase brilha e encanta como o dela,

risca até a fumaça

de um novo café que me sirvo.

Dedilho então velhas lembranças,

espanto maior é não notar o tempo

galopante

Caçulinha, caçulinha, trintando na vida,

dançando seus dias

eu, irmão mais velho, já não venço contar velas

E minha caneca caída, bem,

contei ao chão trinta caquinhos.

* Dedicado à minha irmã Andressa Cândido

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 29/02/2020
Código do texto: T6876841
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.