Ode a Mayakovisk

Ode a Mayakovisk

Há uma pergunta do século xx,

que está sem resposta.

Quando um poeta genial se mata,

As palavras morrem com ele?

Elas também se calam?

Sendo a poesia a fonte inesgotável de beleza,

não deveria ela acolher em seu colo

aquele que ingenuamente se precipitou?

Por que, Poeta, não fostes com a tua amada

dançar um tango às margens do mediterrâneo

e delirar num acorde à espera do amanhecer?

Por que se findar no último desejo?

Esquece que os poetas sobrevivem , se eternizam,

enquanto fertilizam os jardins das nossas ilusões?!

Iluminam as avenidas que cruzam pessoas...

Ah poeta!

Vê-lo desatar o cordão e derramar-se

entre as fronteiras dos destinos.

Despir de si mesmo num adeus silencioso,

Num poema monossilábico e interrogativo;

E saber que a vida se descortina em segredo.

Se insondáveis são os pergaminhos que traçam trajetórias,

O que dirá a história se aqui tua alma criou raízes?

Lázaro zachariadhes
Enviado por Lázaro zachariadhes em 27/02/2020
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