As Amigas

Participação de Edla Princesa, com o texto em diálogo "Conversa de amigas".


AS AMIGAS
Miguel Carqueija


Nós fomos três mosqueteiras
e sempre fomos amigas;
muito alegres companheiras
nas danças e nas cantigas!
 
Na escola fomos o trio
que era sempre inseparável
fizesse calor ou frio,
numa amizade notável!
 
Mas o tempo foi passando,
a formatura chegou;
e com a vida mudando
o mundo nos separou!
 
E cada uma viveu
assim o próprio destino,
as amigas esqueceu
num ato de desatino...



 

Lembro com tanta saudade
as brincadeiras de roda
naquela mais bela idade,
nem pensávamos na moda...
 
Nós andávamos na rua
de pés descalços bem sujos,
e cantávamos pra Lua,
seguíamos caramujos...
 
Nossas famílias até
ficaram também amigas,
assim éramos, pois é,
e não tínhamos intrigas!
 
Tínhamos gostos iguais,
rabanada, pão de mel,
um refresco de ananás,
e pipocas a granel!












Mas a infância passou,
tudo passa e leva o vento,
a adolescência chegou,
e com ela novo alento!

Vivíamos no folguedo,
mas nunca sem estudar;
a vida não é só brinquedo,
temos muito que lutar!


E os sonhos vão surgindo,
principalmente o amor;
em nova estrada seguindo,
no coração um calor...
 
Ó Céus, uma adolescente
é um ninho de esperança;
já quase adulta na mente,
corpo quase de criança...






Mas já depois, bem crescidas,
nós nos perdemos de vista:
divergiram nossas vidas,
perdi de vocês a pista!
 
Pois tive de trabalhar
e até mudar de cidade;
e pude até olvidar
os tempos da faculdade!


Trabalho, emprego, noivado,
a vida virou de vez;
e filhos, caldo entornado,
é luta por todo o mês
 
e até mesmo o ano inteiro,
tem pouco tempo pra vida;
a cidade é um formigueiro
e eu no meio desta lida!





Mas voltas o mundo dá
e um dia na internet
localizei a Dadá,
logo depois a Ivete!
 
Voltamos a nos falar,
casadas, mamães, “magina”!
Eu me senti a sonhar,
ser amigas, nossa sina!
 
Saímos juntas e então
nosso passado voltou;
vibramos de emoção,
a infância retornou...


E pra curtir à vontade
dispensamos os maridos
e matamos a saudade
daqueles tempos queridos!



 

E depois apresentamos
os maridos e crianças
e até cachorros lembramos,
fizemos nossas festanças!
 
É tão gostoso e legal
prolongar nosso passado
como se o tempo afinal
nos tivesse retornado!
 
E assim confraternizaram
dez crianças mui levadas
que até não acreditaram
de tão entusiasmadas!







 Um dia comemoramos,
com a prole nos reunimos,
a filharada juntamos
e felizes nos sentimos
 
por juntar em meu castelo
quatro meninos e seis
meninas de olhar tão belo,
são as crianças da vez!



Você não pode saber
que coisa é colocar
dez crianças num lugar,
pois aprontam pra valer!

Tanto garoto e menina
chega a cansar realmente,
mas esta é a doce sina

que abraçamos ternamente!



 

CONVERSA DE AMIGAS


Edla Princesa


Tenho uma amiga, muito chegada, mesmo uma irmã, com quem divido muito do que sinto e é recíproco.
Sempre que o tempo permite nos falamos no face ou no" zap".
Hoje, no "zap", conversamos:
__ ....amiga agora vou dar uma saída, "inté"...(ela disse)
__ Ok, depois vou deixar aqui uns versinhos que escrevi (de amor e outra para a Antologia de Natal de um colega do Recanto)
__ Tá certo!

Então colei os tais versos, uma poesia que já postei aqui: "Sem idade" e a do Natal que será postada em minha página depois que o amigo Miguel postar o livro "FLORES DO NATAL".
Ela comentou que gostou muito (ela diz que é minha fã, rsrs - é amiga, né?) e eu acabei mostrando mais algumas coisas e só depois me dei conta de que ela estava saindo, por certo tinha afazeres...
__ Amiga, você estava saindo... por favor, não se prenda por mim!

Daí ela me respondeu de um jeito tão carinhoso que não resisti e vim aqui postar essa nossa conversa. Falei com ela que ia fazer isso e ela disse que ficava sem graça, que não sabia escrever, mas insisti pois sei que ela tem talento. Penso que vão concordar comigo quando lerem como ela respondeu(de improviso):

__Tô não...tava limpando meu quarto
E vim receber visita, você!
Vassoura deixei de lado
O balde e pano molhado
Por alguém que alegra meu ser.

Perder tempo é tolice,
Tudo passa, nada fica
A não ser o sentimento terno
Eterno e acolhedor...
Como nossa amizade
Sinônimo de amor.

__ Eu é que sou sua fã, amiga, você sabe de poesia!
__ Imagina, foi apenas umas palavrinhas para minha querida amiga, assim, rapidinho...
__ E ainda por cima é de improviso...tô dizendo que você é que sabe escrever!!

Bom... depois de mais um pouco de conversa ela precisou mesmo sair:

__Ilustre amiga distante
Peço licença agora
Retorno ao balde e vassoura
E ao pano mais seco agora

Foi um prazer ter contigo
Momento de descontração
Meu boa noite e até logo
Que Deus te cubra com a mão!

__ Amém, a você também, obrigada pela boa prosa, beijos!

E assim, foi nossa breve conversa hoje, no "zap".

Essa minha amiga é nota dez! O nome dela está nesse poema que dediquei a ela no dia 08/10/2015 :

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamizade/5408645


*** Não sei como classificar esta postagem, se é homenagem... dedicatória...prosa... crônica...conto... sei lá...(rsrs)
Então vou criar aqui uma classificação(rsrs): CONVERSA

Edla Princesa




Edla Princesa é o nome adotado por Edla Marinho, que escreve expondo os sentimentos (reais, raras vezes) de muitos personagens que insistem em residir em sua mente.
Participa já há alguns anos do Recanto das Letras, onde fez alguns amigos e amigas especiais.


Imagens da internet.
Fotografia de Edla Princesa, gentilmente cedida por Edla Princesa.
Edla Princesa
Enviado por Miguel Carqueija em 25/02/2020
Código do texto: T6874349
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