Aos Senhores Mestres
À Leonardo da Vinci
Bastardo como muitos
Ilustre como poucos. Claro e escuro. Mística arte
Intrigante mulher. Estais sorrindo?
Invenções brilhantes, nunca usadas
Peregrino andarilho. Nenhuma
restrição para dessecação
Adorador da Natura. Botânica
Física. Engenheiro ora bemquisto ora malquisto
Homem que fez e ainda faria
Michelangelo ficar cólero
Inveja, admiração. Dedicação
Êxito inalcansável
Fintada vida, ainda celebrada
Virgens, madonnas, arcanjos
Meninos Jesus. Serviço prestrado ao Vaticano
Filho de notário, que não fez carreira
Nenhum descendência, rogou ou jogou
no mundo. Amou Salai? Amou festividades,
Trajando túnicas vistosas
Do gostar de misticismo, dar força à Conspirações
Do homem, Vitrúvio. Anatomia estuda à fio
Gioconda nunca terminada, meio masculina
meio feminina. Sobre o homem
preço a Terra desejou vê-lo voar
De barba longa, muitas rugas
outrora homem belo
Da inspiração gerada no outrem
Aplausos, de mil infinitos universos
Curioso famoso mestre penisular
Era fervinhante em que viveu
Passou por Florença, Roma, Milão e
Veneza. Nasceu em Anchiano
Faleceu em Amboise
Arte morta Renascida, algo novo Humanista
Criatividade em cada Esquina
Grande homem atemporal
Em contrário de outros grandes
ao menos compreendido, por seus
contempôraneos
Ídolo, príncipe, rei, mestre
da arte científica. Besbilhoteiro
nunca pregriçoso, risonho amigável
Morto mas ainda sim, Vivo
À Vincent Van Gogh
Jovem Louco, nunca velho
por culpa somente sua ou seria culpa mundana?
Nunca valorizado. Nunca lhe
dado o devido crédito. Quando em vida
Amarelo, Girassóis. Campo de Trigos
Autorretrato ruivo. Retratando a face sem sorte
Desgraçada. Primeiro Holanda, Londres, Bélgica
por fim, França. Ajuda fraterna de
Théo sempre, sempre Necessária
Falta-lhe pão em sua mesa. Sonhos. Muitos sonhos
Uma companhia para zelar, pela
gente de seu ofício
Desavença com Gauguin
desejo de pintar, viver em belas ilhas
Fincados na imaginação
Noite Estrelada. Esquizofrênica sifilíca
Existência. Com pouco luxo e muitos Vincents
precedentes. Um certo irmão de mesmo nome morto
Amores que lhe doeram. Um filho por alguns meses, que não era de seu gene
Muitas telas. Contado dinheiro para tintas.
Telas repintadas. Temporadas em sanatórios
Doutor Gachet tentando ajudar. Transformado em amigo
Passam-se os vintes anos. Terceira década
de vida, chegada. Corpo deteriorado. Fraco
Psicológico caminhando em solavancos
Tempos felizes de ansiedade. Tempos deprimidos
vendo tudo em Preto e Branco
Horas dedicadas ao seu amor. Arte
arte rejeitada, pela retrógada Academia
Estranha dizem ser ela, Estranho classificam ser
Ele. Quem tido sem talento, eis tachado de inútil
Fugia gente dele, por pensarem ser
um mendigo violador. Ele solitário. Nada fez e rivelia
Qual o problema com vestes rasgadas e sujas?
Não perpassou pela mente dessa gente que lhe faltava níqueis
Alheio injulgavél. Olhos vidrados... Apenas no seu existir
Viver em Paris, invalorizado depressivo. Ir para o interior
provençal. Em momentos de solidão, criatividade ou inacriatividade
Pincelas rápidas, cores fortes. Exótica estética.
Nascido espanto em alguns. Arte não vista por ninguém
Arte que fostes atruibuído valor, Compreensão
Vista por milhares. Diferença nos dois enredos:
No passado não rendia cifras. No presente vale milhões
Artista e sua arte sempre às mesmas. O mesmo Terraço do Café
os mesmos Comedores de Batatas. Que embalam
nossos olhos.