A Lavadeira
A LAVADEIRA
Miguel Carqueija
Lavar roupa com vigor
cantando à beira do rio,
eu trabalho com amor
quer faça calor ou frio!
E sabem, sempre há quem diga
que o canto de lavadeira
é verdadeira cantiga
de mulher trabalhadeira!
E trabalho com a Suzana,
com a Bianca e com a Tereza,
com a Lurdinha e com a Ana,
com a Celina e com a Andreza!
Gostamos de companhia
e até de parentela:
tem irmã, sobrinha e tia
dando a sua esfregadela!
É num rio transparente
com água fresca a fartar
que a gente melhor se sente,
pra roupa melhor lavar!
Não tem mágica alguma
que lave melhor que nós:
com sabão e com espuma
em rio perto da foz!
E depois de enxaguar,
de esfregar e torcer,
nós botamos pra quarar,
é preciso ver pra crer!
Esse tipo de trabalho
até faz bem pra saúde,
melhor que jogar baralho
ou ir pescar lá no açude!
Nós engrossamos as solas
dos pés nesta areia fina,
mas não pedimos esmola:
é bom trabalhar, meninas!
E somos até xarás
daqueles bichos lindinhos,
lavandeiras são demais,
parecem uns brinquedinhos!
Cumprimos nosso dever
neste belo dia-a-dia,
venha um dia conhecer
a nossa “lavanderia”!
Nós vamos ao lavadouro,
na cabeça vai a trouxa:
e lavamos sem desdouro,
da meia a lençol e colcha!
Na lage nós esfregamos
antes de por pra corar;
com areia nós deixamos
dois dias para enxaguar!
Em corda e arame secamos,
que isto é trabalho de artista;
passamos ou palmejamos,
já pegamos outra lista!
Também usamos barrela
e pano forte de estopa;
e seja roupa amarela,
rosa ou azul, tanto faz,
deixamos linda demais
para uma bela cachopa!
Na cinza vai o loureiro
ou folha de laranjeira
e assim passa o ano inteiro
nesta lida tão brejeira!
Rio de Janeiro, 9 a 11 de setembro de 2019
LAVADEIRA
Joyce Lima
Trouxa de roupa na cabeça
A passos largos caminha para o rio
A pedra quente e a água fria
Fazem parte do seu dia-a-dia.
As mãos são as ferramentas
Que usam para trabalhar
Depois de lavar a roupa
Ainda coloca pra quarar.
Depois de torcer a roupa
Põe na cerca pra secar
Lava roupa com alegria
O dia inteiro a cantar.
JOYCE LIMA
Doutora em Educação, pela Universidade São Francisco, com doutorado-sanduíche na Universidade de Lisboa, bolsista da CAPES. Mestra em Educação com ênfase em Educação Ambiental, pela Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro. Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Bióloga, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e formação em Magistério, pelo Instituto de Educação Régis Pacheco - Jequié-BA.
Imagens: 1, youtube; 2 e 4, pinterest.
Imagem 3, fotografia de Joyce Lima, gentilmente cedida por Joyce Lima.
A LAVADEIRA
Miguel Carqueija
Lavar roupa com vigor
cantando à beira do rio,
eu trabalho com amor
quer faça calor ou frio!
E sabem, sempre há quem diga
que o canto de lavadeira
é verdadeira cantiga
de mulher trabalhadeira!
E trabalho com a Suzana,
com a Bianca e com a Tereza,
com a Lurdinha e com a Ana,
com a Celina e com a Andreza!
Gostamos de companhia
e até de parentela:
tem irmã, sobrinha e tia
dando a sua esfregadela!
É num rio transparente
com água fresca a fartar
que a gente melhor se sente,
pra roupa melhor lavar!
Não tem mágica alguma
que lave melhor que nós:
com sabão e com espuma
em rio perto da foz!
E depois de enxaguar,
de esfregar e torcer,
nós botamos pra quarar,
é preciso ver pra crer!
Esse tipo de trabalho
até faz bem pra saúde,
melhor que jogar baralho
ou ir pescar lá no açude!
Nós engrossamos as solas
dos pés nesta areia fina,
mas não pedimos esmola:
é bom trabalhar, meninas!
E somos até xarás
daqueles bichos lindinhos,
lavandeiras são demais,
parecem uns brinquedinhos!
Cumprimos nosso dever
neste belo dia-a-dia,
venha um dia conhecer
a nossa “lavanderia”!
Nós vamos ao lavadouro,
na cabeça vai a trouxa:
e lavamos sem desdouro,
da meia a lençol e colcha!
Na lage nós esfregamos
antes de por pra corar;
com areia nós deixamos
dois dias para enxaguar!
Em corda e arame secamos,
que isto é trabalho de artista;
passamos ou palmejamos,
já pegamos outra lista!
Também usamos barrela
e pano forte de estopa;
e seja roupa amarela,
rosa ou azul, tanto faz,
deixamos linda demais
para uma bela cachopa!
Na cinza vai o loureiro
ou folha de laranjeira
e assim passa o ano inteiro
nesta lida tão brejeira!
Rio de Janeiro, 9 a 11 de setembro de 2019
LAVADEIRA
Joyce Lima
Trouxa de roupa na cabeça
A passos largos caminha para o rio
A pedra quente e a água fria
Fazem parte do seu dia-a-dia.
As mãos são as ferramentas
Que usam para trabalhar
Depois de lavar a roupa
Ainda coloca pra quarar.
Depois de torcer a roupa
Põe na cerca pra secar
Lava roupa com alegria
O dia inteiro a cantar.
JOYCE LIMA
Doutora em Educação, pela Universidade São Francisco, com doutorado-sanduíche na Universidade de Lisboa, bolsista da CAPES. Mestra em Educação com ênfase em Educação Ambiental, pela Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro. Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Bióloga, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e formação em Magistério, pelo Instituto de Educação Régis Pacheco - Jequié-BA.
Imagens: 1, youtube; 2 e 4, pinterest.
Imagem 3, fotografia de Joyce Lima, gentilmente cedida por Joyce Lima.