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A Ecologista
Participam deste trabalho: Miguel Carqueija, Rosângela Trajano e Norma Aparecida Silveira Moraes.


A ECOLOGISTA
Miguel Carqueija

Profética é a missão
de defender o planeta
onde um sistema malsão
faz o que dá na veneta!

Sou menina e sou mulher
que ama tanto a Natureza;
se o Homem faz o que quer
irá pagar com certeza!

O panorama é terrível,
em toda parte a queimada,
a poluição horrível,
moto-serra e derrubada!

Quem ama a Deus também ama
toda a sua Criação;
assim meu peito se inflama
ouvindo a doce canção




do tordo, do sabiá,
e até do uirapuru;
melhor orquestra não há,
com bem-te-vi e nhandú!

Na Terra ludicamente
eu gosto de caminhar;
e na mata tenho em mente:
isso não pode acabar!

Essa gente então não vê
o que já me causa insônia:
é só olhar na tv
o que fazem na Amazônia!

Quanto o mundo já perdeu
com toda essa predação;
quanta espécie já morreu,
isto é não ter coração!




Na África o elefante
já se vê encurralado;
dá pena ver o gigante
ter seu futuro ceifado!

Eu sei que tenho beleza,
muito charme e inteligência;
mas se vejo a Natureza
gemer sob a inclemência

eu deixo tudo de lado
para a vida defender;
não quero o rio secado,
ver a nascente morrer!

Eu irei tudo filmando,
falarei, escreverei;
a selva documentando,
se preciso eu gritarei..
.



E o que fazem com o mar
é coisa que clama ao Céu;
então não posso calar,
jogo a minha voz ao léu....

Queremos o ar mais puro
e uma água transparente;
nada de lixo em monturo
e nem sujar a nascente;

estamos matando a Terra,
o chão, o rio e o mar;
parece até uma guerra,
que não podemos ganhar!

O tempo está se esgotando,
já é hora de acordar;
a Natureza clamando
não vai mais aguentar!

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2019.




A filosofia e a literatura criando florestas de sabedoria
 
* Rosângela Trajano




 
Saudações, ó senhora Natureza! Tu que és beleza e mistério, sorriso aos
nossos olhos, espanto ao nosso ente. Invocamos as ninfas, estas mulheres
que embelezam os campos, para abraçar o homem moderno à sua
sapiência.
Saint-Exupéry passando por Natal se espantou diante de uma árvore de
tamanho gigantesco: o baobá. Dizem que Saint-Exupéry se inspirou no
nosso baobá para ilustrá-lo no seu livro: O Pequeno Príncipe. Mas o nosso baobá, não é mais nosso. É propriedade privada, e alguém tinha que comprar o baobá para que ele recebesse os cuidados de uma criança. Esse menino que apareceu no deserto querendo o desenho de um carneiro parasalvar a sua rosa, sua única amiga em todo o Universo. Eis que alguns poucos homens, ainda, tomam a natureza como amiga. Bom seria que fôssemos todos príncipes e princesas como nos contos de fadas.
Há crianças que brincam no meio da floresta, de tomar banho de rio, de
contar as estrelas, de ver São Jorge na lua, de querer passar embaixo do
arco-íris. Ah! Essa vida cheia de brincadeiras, de sorrisos, de comer as
goiabas do vizinho e sujar a camisa com nódoa de caju. Assim são os
homens, cheios de mimos, de espanto, de curiosidade. Homens que
investigam a natureza à procura de respostas às suas indagações. Afinal, jáperguntava Sócrates: “Quem sou eu?” Esta pergunta nos leva a indagarsobre o futuro da humanidade e quem seremos nós daqui a alguns anos com esse crescimento desenfreado.
Ah! As gaivotas azuis estão no pantanal seguras, eu vi, eu vi, eu vi ontem na televisão. E como fiquei feliz ao saber que uma pesquisadora olhou-as com os olhos de espanto e das mil encontradas, hoje temos quatro mil. As gaivotas azuis estão em extinção... que pena! que pena! a vida parece ter se tornado tão pequena.
Em contrapartida, estão matando as nossas baleias! Que fazermos agora?
Dizem que a baleia orca é a baleia assassina, será mesma? Ou assassinos  somos nós, sim, nós que invadimos os oceanos sem pedir permissão à natureza. Paz nos oceanos eu suplico! As baleias são mamíferos e têm direitos iguais aos homens. Salvem as baleias! Salvem as baleias! Que vêm de lugares distantes, que viajam mares adentro...que vêm de algum lugar muito longe neste mundo que ainda tem muita água...ainda...
 


 
De onde vêm as coisas? Foi esta pergunta que intrigou os nossos primeiros filósofos que buscaram respostas na natureza. Tales de Mileto disse que o princípio das coisas está na água, que a chuva dá esse movimento de criação das coisas. Como é bom tomar banho de chuva, se meter embaixo da biqueira e ficar lá deixando a água cair em cima da nossa cabeça, molhando o nosso corpo. Mas as biqueiras estão desaparecendo e com elas as brincadeiras. E a chuva? Poderá desaparecer, também?!
A água, este elemento primordial à vida do homem. Princípio de todas as coisas. Mas os rios choram lágrimas de tristeza, nas suas águas correntes.
Gritam as ondas do mar, no seu movimento de levar e trazer os objetos que jogamos no chão. O mar, ainda, tem forças para expulsar do seu corpo aquilo que não lhe pertence. Mas os mangues não têm esta força. Nas suas mais diversas espécies de plantas ficam presos restos de lixo que jogamos no meio da rua, e acabam correndo para os rios. Como sustentar a teoria de
Tales daqui a alguns anos? Poderá esta água poluída ser princípio das
coisas? Para dar vida é preciso estar sadio. A saúde da água depende tão-somente da nossa consciência. Conscientizar o homem da importância da água é nosso objetivo. Que procurem outro lugar para a saída dos esgotos. Sim, nós queremos água limpa e pura. Do jeitinho que a natureza nos deu.
Andersen, o maior escritor infantil de contos de fadas, escreveu A Pequena Sereia. O conto faz um elogio à água, ao oceano. Vejamos nas suas palavras:
“Ninguém pensa que lá embaixo só há um solo de areia branca. Lá crescem
árvores e plantas, das mais esquisitas, de hastes e folhas tão flexíveis que ao menor movimento da água se movem como se tivessem vida.”
A Pequena Sereia é uma das diversas histórias que podemos contar às
crianças, enfatizando a importância da água, a beleza do oceano, falando da vida que há lá embaixo, deixando-as soltar a imaginação com as sereias e outros bichos do mar. Devemos tomar este caminho para chamar atençao das crianças da importância que o meio ambiente tem para o homem. Se, de repente, o oceano começar a ficar cheio de lixo, com certeza desaparecerá a beleza do conto, e chegará um dia que não poderemos mais contá-lo, porque a realidade corromperá a imaginação.
Voltando ao conto de Andersen, quando uma das sereias sobe à terra ela se depara com uma cena linda aos seus olhos como podemos ver nas suas palavras:
 
“Ficaram-lhe, porém, gravadas na memória, as belas florestas, as colinas
verdes, e as lindas crianças que nadavam na água...”

Sim, são estas florestas e crianças que queremos conservar no amanhã. Nós somos responsáveis por isso. Podemos e devemos contribuir para a preservação do meio ambiente. Não adianta aulas de campo, filmes, fotos, se não as situarmos dentro do mundo imaginário que se liga à realidade. O imaginário de alguma forma está presente no pensamento da criança, e é através dele que conseguimos apresentar a realidade. Devemos abordar o imaginário, seja através da contação de histórias, do desenho, da escrita, da encenação. As histórias estão escritas, e têm vida eterna. Da mesma forma, temos os rios, as florestas, os animais, enfim uma natureza que é real e que faz parte do imaginário da criança. Fazer uma ponte entre esses dois mundos, com o objetivo de uma educação para o pensar é transmitir o “ar” da sabedoria ao vento que desalinha os cabelos desses meninos e meninas que correm, suam, sujam suas roupas e se metem mata adentro atrás de um coelho.
Imaginem, vocês, como poderemos contar a história de Chapeuzinho
Vermelho se daqui a alguns anos não existirem mais florestas? A bondade e a perversidade podem ser exploradas nesta história, mas também podemos abordar o desmatamento, as queimadas. A floresta e as flores de Chapeuzinho Vermelho nos mostram a beleza e a magnitude da natureza para a escrita de uma história infantil. Se não desligarmos as serras elétricas e não quebrarmos os machados, estaremos fadados a dar um fim aos nossos próprios sonhos.
 Pegue o desenho de uma criança e você sempre se deparará com o sol, a lua, as estrelas, uma árvore, uma flor, uma pedra, uma montanha, um
homem, enfim...tudo é natureza. Mesmo aquelas crianças que moram em
cidades grandes têm predisposição para colocar nos seus desenhos algum elemento da natureza. Mas se não abraçarmos esta causa, e colocá-la no colo dando-lhe mimos e carinhos criaremos nas nossas crianças mundos imaginários cheios de pedra, cimento, tijolo e ferro.
Anaximandro, outro filósofo da natureza, disse que o princípio das coisas está no apeíron (ilimitado). Este princípio nada mais é do que o movimento de separação e segregação dos corpos. Os corpos ao se separarem constituem novas vidas, o mesmo ocorre quando segregam. Mas para que este movimento continue é preciso o equilíbrio da natureza. Para Anaximandro a terra é um disco suspenso no ar. O ar se movimenta, a terra também. Desse movimento os corpos se separam, se encontram, segregam.
 
Com a natureza em desequilíbrio esses corpos podem sofrer influências e perderem este princípio ilimitado.
O conto de fada Branca de Neve faz parte desse movimento. Branca de
Neve chega à casa dos sete anões, e adormece. O tempo que ela leva
dormindo, o mundo gira suspenso no ar. Os corpos se encontram, se
extinguem, se separam. Coisas acontecem, como a bruxa preparando a
maçã enfeitiçada para Cinderela adormecer e a produção do trabalho dos sete anões. A realização do feitiço pode criar novos corpos, novas vidas; o labor dos sete anões, também. Este é um conto aonde podemos usar esse movimento ilimitado do mundo. Mostrando às crianças que este movimento para estar em harmonia é preciso que a natureza também esteja, ao contrário essas formas de vida começarão a desaparecer.
Em Branca de Neve pode ser trabalhado o passar do tempo e como as
coisas ocorrem neste período. Este tempo que passa trás as estações do ano, os dias, as noites, o vento, e se este tempo não estiver em equilíbrio a natureza sentirá a terrível dor de uma pancada que pode provocar os desastres naturais, tais como: furacões, terremotos, relâmpagos e etc.
Outra história que pode abordar este princípio ilimitado é a de Dom Quixote de la Mancha, escrita por Miguel de Cervantes. Enquanto Dom Quixote vive no seu mundo de fantasia e pureza querendo combater a injustiça, a sua criada e sobrinha destroem seus livros e vão dando novas formas de vida às coisas. É o apeíron responsável por este movimento.
Dom Quixote sai pelo mundo afora e se depara com diversos corpos da
natureza: pedras, rios, vento, florestas. Nada para, tudo está em constante movimento.
A construção de grandes edifícios, a poluição do ar e dos rios, o desmatamento, as queimadas, podem influenciar no apeíron. E este
movimento ilimitado poderá sofrer alterações. Precisamos conscientizar as crianças que este é o tempo de agir, que a natureza é ilimitada, que seu movimento é eterno, que enquanto brincamos o frio unido ao quente
proporciona novas formas de vida.
Respiremos e deixemos o ar entrar no nosso corpo e bailar na melodia desta tarde colorida com o verde das nossas matas. Sim, eis o ar. Este elemento da natureza do qual Anaxímenes criou a sua teoria sobre a origem das coisas. Tudo provém do ar. Tudo se origina no ar. E agora? Como poderemos daqui a alguns anos termos vida na terra se estamos poluindo o nosso ar? E a proposição de Anaxímenes, como poderá se sustentar com toda esta ingratidão que temos oferecido à natureza?
 
O conto de fadas A bela Adormecida pode nos mostrar que mesmo
dormindo continuamos respirando. E esta respiração nos proporciona vida, do mesmo jeito que através do ar fazemos o fogo, as pedras se formam da transformação do ar. Quanto ao ar temos muitas histórias na nossa literatura infantil que podemos abordar: O Pequeno Polegar, o Gato de Botas e Cinderela. É só mostrarmos às crianças que todos eles precisam do ar para viver, que os demais elementos da natureza existentes na história provém do ar.
Uma aula de química pode se tornar belíssima com esta proposição de
Anaxímenes. Como também uma aula de geografia, história, língua
portuguesa. Sim, língua portuguesa! Não se espantem! A língua portuguesa pode ensinar às crianças a criarem textos, a buscarem nos dicionários o significado de palavras que se relacionam com o ar.



Só para uma ilustração
seguem as palavras: cosmologia, rarefeito, condensação e etc. Escrever
uma redação falando da importância do ar à natureza, do desmatamento,
das queimadas, da poluição dos rios. A geografia pode explicar como
ocorre o movimento do vento, qual a importância do ar para a formação das rochas e pedras. A filosofia especula, ela cria a teoria, e coloca nas mãos das outras ciências o direito de explicar as suas suposições. O filósofo não é o dono da certeza, porque nem sabemos se a certeza existe. Há sempre dúvida em tudo. E tudo é investigado, tudo se desassossega no pensamento do filósofo, porque ele é um oceano com barcos naufragados cheios de tesouros valiosos como assim também são as crianças. Tesouros que podemos chamá-los de: porquês. Nós queremos criar florestas de sabedoria.
É preciso plantar. Plantemos sabedoria...a terra é boa, as sementes estão prontas, o imaginário infantil precisa ser plantado quando ainda tem curiosidade, quando ainda nenhum adulto encheu o baú do pensar da criança de conhecimentos. É preciso permitir que a criança descubra as coisas por si mesma, nós somos apenas mestres e o papel do mestre é ensinar o caminho e não seguir com a criança.
Do mesmo jeito que o ar pode ser explorado pelas demais disciplinas a
água, e o fogo, também. Na cidade de Éfeso, perto da colônia jônica
pertencente à Grécia, nasceu um filósofo chamado Heráclito. Para Heráclito tudo provém do fogo. O elemento que dá origem às coisas provém do fogo. E aqui imaginamos ficar sentados à beira-mar, meia-noite, diante de uma fogueira. As cinzas e a fumaça dando origem a novas formas de vida, nem damos conta disso.

Dos contos de fadas mais interessantes para se abordar sobre o fogo nada mais interessante do que o conto do Soldadinho de Chumbo, de Andersen. No final do conto, ele prova a teoria de Heráclito quando nos diz: “O soldadinho derreteu, transformou-se numa bolinha de chumbo, e
quando, no dia seguinte, a criada tirou as cinzas, viu que a bolinha tinha a forma de um coraçãozinho de chumbo. Da bailarina só restava a lantejoula queimada, preta como carvão.”
Do mesmo jeito que o Soldadinho de Chumbo se transformou numa
bolinha de chumbo, as coisas podem se transformar em outras, dando novas formas de vida à natureza. Um dos maiores filósofos, Platão, nos presenteou o mito da caverna no seu livro A República, onde nos apresenta os elementos da natureza: fogo, ar, sol e água. Claro que a água e o ar estão invisíveis na escrita do mito, mas com certeza existiam, pois se havia vida naquela caverna, e se como nos diz Platão moravam homens acorrentados imaginemos que de alguma forma eles precisavam respirar e beber água para viver. Lá fora, os dois últimos elementos: o fogo e o sol. Mas é o sol, o grande responsável pela sabedoria do homem. Só aquele que enxerga o sol na sua excelência pode se tornar um sábio. O sol que na nossa região Nordeste, é tão apreciado pelas crianças e pelos adultos. Pois, que tomemos o sol como o mestre dos mestres e apresentemos as nossas dúvidas no caminhar dos dias, pois ao anoitecer a lua que recebe luz do sol pode nos auxiliar na compreensão do que antes era incompreensível. Já dizia o filósofo Kant: “As crianças devem ser abertas e de olhar tão sereno como o sol.”
Os primeiros filósofos amavam e respeitavam a natureza. Alguns deles
deixaram escritos belíssimos sobre a natureza. Eles não mexeram aqui e
acolá, eles apenas investigaram e apreciaram tudo o que a natureza faz. O homem pode construir represas, prédios, fábricas, abrir estradas, mas não pode destruir a natureza para satisfazer seus desejos. Não pensem que ela não fala. Fala, sim. Ela não tem um dono, todos somos donos da natureza. A natureza tem uma alma pura, mas que se amedronta diante do olhar do homem, e reage como o tigre em ameaça. Não duvidemos da bravura da natureza. Duvidemos da sua ação. Vocês estão convidados a plantar, plantar sementes de sabedoria nos canteiros das grandes avenidas e das praças públicas com grades de ferro.
Para nossas últimas palavras deixamos cócegas no pensamento de vocês, e que possam sair daqui com a consciência de que somos capazes de parar esta história que estão construindo da natureza. A história da natureza foi escrita pelo bem-supremo, não há que se construir outra, muito menos modificá-la. Ao homem foi dada a razão, que esta razão seja utilizada em prol da preservação do meio ambiente.
 
* Rosângela Trajano é professora, escritora, ilustradora e poeta.





Amazônia

Suas espécies são belas
A flora que desabrocha
Nas manhãs de primavera
Em cima de uma rocha.
Uma espécie diferente
O biólogo reconhece
Sempre que vai visitar
A Amazônia que só cresce.
A Amazônia e seus bichos
Com fauna surpreendente
Besouro desconhecido
Que lá vive contente.

Rosângela Trajano
 
 
 
 AS BALEIAS

Moram no mar
Mamíferos belos
Gostam de dar saltos
Brincar de nadar.
 
As baleias coitadinhas
Brincam em bando
Ou vivem muitos anos
Não se sabe até quando.
 
As baleias gigantes
Têm medo do homem
Só querem ficar
Quietas em seu lar.

 
Rosângela Trajano
 
 
 Os animais

 Gato, cachorro, macaco
Os animais precisam de amor
Vaca, elefante, leão
Coloque o reino animal em seu coração.
 
Beija-flores, bem-te-vis e andorinhas
Não os prenda em gaiolinhas
Precisam de liberdade para viver
São frágeis criaturinhas.
 
As tartarugas, as baleias,
Os tubarões e os peixinhos
Pedem respeito e carinho
Através do canto das sereias.


Rosângela Trajano
 
  
 O rio da minha cidade

 O rio da minha cidade
Está muito sofrendo
Com a poluição
Que vem crescendo.
 
O rio da minha cidade
Peixe muito tinha
Sapos à sua margem
Era água limpinha.
 
O rio da minha cidade
Já não pode respirar
Está devagar morrendo
Dia e noite a chorar.

Rosângela Trajano



 
  Ventos de manguezais

 Ventos de manguezais
Moluscos, peixes
Raízes bem mais
Mosquitos nas árvores.
 
Meter o pé na lama
Camarão gigante
Guaiamum a passear
Uma festa dançante.
 
Ventos de manguezais
Pardalzinho a beliscar
Muita vegetação
Enlameado ficar.

 Rosângela Trajano

Rio Potengi
 
É o rio da minha cidade
Que está chorando
Com o lixo nas suas águas
Tudo poluindo e sujando.
 
O rio Potengi está triste
Tornou-se depósito de lixo
Antes lugar para se pescar
Ou para se banhar.
 
Lá da Pedra do Rosário
A gente vê espantado
Todo final de tarde
O rio Potengi dormir assustado.
 
Rosângela Trajano


Rosângela Trajano, pseudônimo Danda, é poetisa, escritora, ilustradora, diagramadora e fotógrafa, licenciada e bacharel em Filosofia pela UFRN e mestra em literatura comparada pela mesma universidade. Tem 21 livros publicados para crianças, é editora da Lucgraf Virtual, realiza trabalho voluntário junto às crianças e realizou desenhos animados. Aqui temos apenas um resumo de seu notável currículo.
 
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Poesias escritas por
Norma Aparecida Silveira Moraes





1 - NASCENTES E FLORESTAS

Ricas e preciosas são as nascentes
Formam os rios que são crescentes
Descem pelas montanhas, adjacentes
Crescem a fauna, flora arborescentes
Rios, a natureza tão resplandescentes
Deus, feliz, vai abençoando contente
Tantas flores colorindo possivelmente
Assim vai nascendo cada semente
A vida vai enfeitando tudo livremente
Não cortar as árvores é proteger as nascentes
********

2 -
Uma terra protegida...
 
Meus Deus como eu queria
Proteger a nossa mãe natureza
Evitar a depredação da beleza
Ver o planeta vivo de alegria
 
Livrar as florestas da serra
Deixar livres os passarinhos
Cada animal livre no seu ninho
Cada planta enfeitando a serra
 
Deixando livres a fauna e a flora
Que enfeitam e dão tanta vida
 
Usar tudo com mais sustentabilidade
Evitar a queimada que se deplora
Ter as nascentes mais protegidas
Cuidar do planeta de verdade

 


03 - Chuva de diamante

A chuva é o pão do céu caindo
Para molhar, regar a plantação
Cada gota de diamante no sertão
Ver cada nascente progredindo
 
As árvores frondosas cobrindo
As nascentes que brotam do chão
Cada olho d’água vai para o riachão
Rios serpenteiam as montanhas indo
 
Deus abraça a sua criação preciosa
Um paraíso para o homem Ele criou
Para dele tirarmos a sustentação
 
Deus em sua bondade majestosa
Tudo perfeito, grande, belo Ele pintou
Com sua paleta tão rica, fabulosa
 

4 - A MATANÇA DAS QUEIMADAS
 

Com tantas árvores derrubadas
As nossas florestas vai se acabando
A fauna e a flora vai se matando
Tudo é destruído com as queimadas
 
Em deserto pode ser transformada
Com o tempo a água vai secando
Os rios e nascentes vão enterrando
A natureza sem água é um nada
 
Mas o homem é muito ganancioso
Só deseja com a mãe terra lucrar
Esquecendo que tudo pode ter fim
 
O destino do homem é sentencioso
Se não souber mesmo se programar
O que será do futuro, da vida, assim?
 


Amazônia brasileira

A floresta maior do planeta
Abraça árvores tão gigantes
Abarca vidas nas valetas
 Aprofundada de rios importantes
 Alimenta tantas vidas diferentes
Animais, insetos, flora, fauna
Aprimorado reino de exuberante
Acumulando a beleza e a calma

Amazônia, linda é tão imponente
Atenção merece ser muito cuidada
Armazena tantas vidas diferentes
A cobiça do homem é despertada
 Almas em um mundo aconchegado
Acolhendo índios, e os povoados
Alenta corações também tão aliados
Almejam na preservação, todo cuidado

 


5 - FLORES DA VIDA...BELA NATUREZA

Muitas vezes as flores não são percebidas, mas são elas que enfeitam as estradas, os caminhos, as trilhas. São elas que brotam no manto verdejante das planícies e montanhas.
As flores do campo atraem pássaros, insetos e outros animais pequenos. Não se engane, porque no campo há flores pequenas e até gigantes como a flor de lótus. Há flores do alecrim, até dos ipês, das imensas árvores, etc.  A natureza é exuberante e suas flores se estendem por todo campo e florestas.
A maioria das flores que cultivamos em casa vieram do campo como as belas orquídeas que brotam como parasitas das árvores. Aliás elas são as parasitas tão famosas. As bromélias, lírios, margaridas, ipês, e tantas outras.
A primavera chega todo animada para dar lugar ao inverno, do descanso da maioria das plantas. Muitas caem as folhas para dar lugar ás flores e logo em seguida as frutas.
A natureza cria, recria, é magnifica obra de Deus. Nosso planeta é maravilhoso, pena que está sendo destruído em nome do consumismo, da ganância, do desperdício, do conforto, da modernidade e capitalismo. Para termos o melhor é necessário minérios, a melhor madeira.
Na madeira pode até haver a sustentabilidade, mas aonde se tira os minérios para o aço, cimento, a brita ficará sempre o vazio, em alguns lugares ainda brotarão flores com o passar dos anos, mas são vales e buracos que são feitos, e ou montanhas carecas, que se não forem replantadas árvores, a falta vai ser notada, e o clima ficando cada dia pior, pois árvores atraem umidade.
As flores são maravilhosas e enchem os olhos e a alma, o néctar delas são alimentos, o perfume são para deixar a natureza cheirosa, e os frutos alimentos para animais e para o homem também.
Que venha novamente a primavera para deixar ainda mais lindo o nosso país tão tropical.
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6 -
Água gotas de diamante


Água é um alimento
Água é também vida
Natural é solvente
Para limpeza e lida
 
Água vem da nascente
Rios descem correndo
Tão doce, é semente
Vidas vão aparecendo
 
Para aguar a plantação
A seara, a alimentação
Água ouro no sertão
Água fonte de inspiração
 
Água na minha torneira
Água que dia inteiro
Água é vida maneira
Preciso líquido celeiro
 
Água gotas de diamante
Pão que desce do céu
Tão limpa e brilhante
E brota do chão ao léu
 
 Água fonte de riqueza
Seara da fartura no paiol
Água também a beleza
Que brota do lençol
 
 Água vida, planeta terra
Das matas brotando
Rolando pelas serras
Fauna, flora, renovando

06/09/19

TELA DE DEUS

Na natureza as flores enfeitam
O verde nas matas vai salpicando
O azul da água dos rios serpentando
Os animais nascendo completam
 
A paisagem da vida tão delicada
As flores sublimes tão coloridas
Na diversidade da mata florida
A natureza majestosa e abençoada
 
O foco de Deus é um planeta vida
Tudo se transformando em harmonia
Para o poeta infinita é a inspiração
 
O foco de Deus é em sua biovida
Em seu Amor, tudo, está a sabedoria
Em sua grande tela e perfeita criação





 

Sou a Poetisa Norma Aparecida Silveira de Moraes.
Uma adoradora da natureza, pois tudo me encanta e
Emociona, deste ver o nascer de uma pequena, flor,
animal, flor, até de uma nascente.
A natureza merece sim ser venerada e prestigiada,
Deve ser muito cuidada, as nascentes, fauna e flora preservados para que os moradores futuros possam usufruir de todas as maravilhas presente.
Sou também escritora, psicóloga, espiritualista, católica e estudante de misticismo.
Me preocupo muito com o futuro do planeta e estou sempre escrevendo e dando dicas para a preservação da natureza. E como nasci na zona rural em Minas Gerais,
entendo bem o que é preservar ou destruir a natureza.
Saudações á natureza, enfim aos quatro, ÁGUA, TERRA, SOL E AR, e ao quinto elemento que dão origem a vida e o existir.



Imagem 1, moça na pedra, pinterest; 2, passarinho na mão, publicdomain; 3 e 4, moças e natureza, pinterest; 5, Rosângela Trajano; 6, garota entre flores, 7, bem-te-vi, pixabay; 8, 11 e 12, "gifs"; 9, periquitos, pinterest; 10, Norma Aparecida Silveira Moraes; 13, cão na rede, pinterest.
 
 As imagens animadas (tipo "gif") foram graciosamente cedidas por Norma Aparecida Silveira Moraes.
Fotografia de Rosângela Trajano gentilmente cedida por Rosângela Trajano.
Fotografia de Norma Aparecida Silveira Moraes gentilmente cedida por Norma Aparecida Silveira Moraes.
 
 
Miguel Carqueija, Rosângela Trajano e Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Miguel Carqueija em 13/12/2019
Reeditado em 13/12/2019
Código do texto: T6818219
Classificação de conteúdo: seguro

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