Clareia-me, Lispector!

Esforço visceral

Teimo em interpretá-la

Ela deixa-me atônita

Estupefata.

Releio. Paro. Olho

Reflexões desconexas

Pra onde foram as Macabéas?

Espiono entre as frestas

De uma janela

Imaginária. Aberta

Por sua essência

Da Coisa. Da busca.

Ah! Clarice...

Como ouvir-te o grito?

Tento. Obscura claridade

De um fogo a arder

Incompreensível, flamejas

Dentro de mim, dura

Como rocha

Fluída como as águas

De terras estrangeiras

Como uma galinha a refletir

No orgasmo da senhora:

– Lispector... Lis... pector...ah!

08 de dezembro de 2019.

(Publicado na antologia poética Procura-se a Mulher - 2020).

Andréa Agnus
Enviado por Andréa Agnus em 08/12/2019
Reeditado em 11/08/2020
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