Moça

Se soubesse como te prezo

Se soubesse como rezo

Para que fiquemos juntos,

Sentir teus lábios de caramelos

Tuas curvas, como um deserto

Causando-me, a cada olhar,

Uma miragem em delírios perversos.

Moça, eis que te peço

Um pedacinho de tua harmonia

Apenas para cultivar a tal alegria

Aquela que outrora, outro ano,

Eu sentia, sem pesar, em boemia

Amo o teu sorriso ao luar

As pequenas mãos a me tocar,

Pequenas, mas imponentes

Afastando a solidão que tanto me almeja

Devorar.

Adormeça, em prol de sonhos belos

Enquanto aqui, eu remanejo versos

Eternos ao seu olhar castanho pinho

Não se perca, suplico, quando chorar

Eis aqui meu ombro, o chame de amigo

Busco silenciar minha luxúria

Um beijo, um abraço, uma ganância suja

Uma súplica, um beijo, à musa.

Sempre que admiro seu retrato,

Confesso, sem a necessidade,

Que meu coração palpita desenfreado

Grita em antiga e vivida felicidade

Desculpe-me, mas sinto tanta, tanta

Vontade de beijá-la, vontade tamanha

Que a razão implica, zangada, insônia

Resmunga em favor de meu, afastamento.

Esta cama aqui, pequena e solteira, chama

Afim de aquecê-la nas noites tristes

Os fios encaracolados que minha visão tanta ama,

Espalhados sobre o travesseiro,

Desta pequena e solteira cama.

Moça, como és linda, por Deus

Um pedido a mais para ele,

Para que eu seja somente teu

Mal sabes como meu mundo sofreu,

Quando partires sem uma carta

Mas, as malas estão intocadas

Nossas memórias, nossas palavras

E cá estou, te desejando ardentemente,

Enquanto busco uma tática inusitada,

Para fazê-la repousar em minha casa

Tolo, iludido, ou quem sabe louco

Mas o que sinto por ti nunca será pouco

Pois então, termino dizendo isto,

Que meu amor por ti, Moça, é um tesouro

E que eu jamais o perca,

Eu te amo.