À Jovem Violonista.

Ver-te começando a vida

o olhar cheio de interrogação.

É feito aprendizado em dedilhar uma canção

é feito nostagia cicatrizando qualquer ferida.

Emoção e razão, caminhos tão desiguais

a primeira, dá-se em notas desvairadas

a segunda, a canção respeita todos os sinais

e no entanto, ambas não vivem separadas.

E nesse misto constante e exclamativo

é que o teu peito desnuda todo sentimento

que outrora, desfigurava-se pôr definitivo

dando-te fim a qualquer sofrimento.

Que o bojo do teu pinho, seja perfeito,

notório de quem aprendeu toda a lição ...

E mesmo no dedilhar, ainda que sem jeito,

saber ouvir e interpretar com fascinação.

Rio de Janeiro, 08 de Novembro de 2002.