VELHA SAMPA QUE SAUDADE ME DÁ
VELHA SAMPA QUE SAUDADE ME DÁ
Marcial Salaverry
Olhando suas ruas congestionadas,
as pessoas caminhando estressadas,
essa quase interminável loucura,
lembro com saudade e ternura
de como era a vida antigamente...
Vivia-se mais simplesmente,
mas vivia-se com prazer...
São Paulo das serenatas,
quando trovadores em alegres cantatas,
declaravam seu amor para moçoilas enamoradas...
Havia espaço para brincadeiras de rua,
para românticos passeios à luz da lua...
Havia mais vida, mais romantismo,
e muito menos perigos e cinismo...
Dos velhos bondes, quem se lembra?
Como era gostoso tomar o bonde andando,
e logo saltar quando o cobrador vinha chegando,
com sua velha cantilena do seu eterno “dim-dim,
um pra Light e dois pra mim”...
Os velhos bondes camarão...
Lembrar disso tudo, dá um aperto no coração...
Como era gostoso viajar de trem...
Agora, é só lembrança de alguém...
De alguém que olha e lamenta,
não entendendo como se aguenta,
desta maneira viver...
Mas para o passado, não se pode retroceder...