ANDAM CAVALOS À SOLTA
Este poema é dedicado à vontade indómita do homem.
Andam cavalos à solta, a bom trote,
Por prados dos homens agricultores,
Deixam ao mundo o seu único mote,
De viverem com a força dos motores.
Que os impulsionam pra cá da morte.
A espumar das bocas secas, trotam
Com belo prazer num dia de começo,
Ao sol quente da tarde que queima,
E que de trotar sem parar se ateima.
Como arma de perfeito arremesso.
Esses animais cheios de tanta força
Com vontade indómita de terminar
Na primeira linha da breve chegada,
Não querem desistir, apenas ficar
Sem o risco de acabar numa forca.
Andam cavalos à solta ao meu redor,
Para os montar a bom ritmo e trote,
Temo montar tais cavalos, coragem
Que não herdei e me nega tal sorte,
Fico frágil e receio uma sacanagem.
Andam cavalos a trote, andam livres,
Para não sofrerem e andarem tristes.
Ruy Serrano - 01.11.2019