TRAVESSIAS

Se não entendo tento
Compreender mesmo que siga ao vento
Uma incerteza que chega e parte
No balançar das árvores.

Melhor assim
Que sofrer sem fim
Na angustia de uma busca
Que padece ao anoitecer.

Toda manhã no sereno encanta
Encontrar uma nova dança
Que aquece o rosto com o gosto
De deslumbrar novas alianças.

Num sopro suave no rosto
Deixar o que ontem arrefeceu em desgosto
Aproveitar o perfume duma manhã
Capaz de fazer esquecer
O que foi no apenas talvez
Na ultima gota que desce frouxa
Solta no vento no tempo
Que umedece boca
Calando voz rouca
Equivocada nas estradas.

Permito que o barco corra
Correnteza que decorra
Travessias dum barqueiro indo
Nas águas de seu destino.