A Trapezista
(Nota: este poema foi originalmente publicado em 20/10/2016 e está sendo agora reeditado, enriquecido com o texto "O poeta e o trapézio", de nossa colega recantista Marta Sirino)
A TRAPEZISTA
Miguel Carqueija
Eu desafio o abismo
e posso quase voar:
pois quando fiz Catecismo
aprendi a confiar
em Jesus e em Maria
e de Deus a proteção:
pois em meu lar sempre havia
muita fé no coração.
Tenho que ser corajosa
neste trapézio oscilante:
dizem que eu sou charmosa,
uma garota elegante,
mas isso não conta nada,
é o equilíbrio que vale:
e não posso dar mancada,
só o movimento que calhe!
Já trapeziei sem rede,
desafiando a morte;
às vezes com fome e sede,
a Deus confiando a sorte!
Balançando na altura,
trocando com a companheira,
olho o povo com ternura,
me sinto uma aventureira!
Que passaro sem pluma e bico!
Anjo mortal que balança;
às vezes com medo fico,
e até onde a vista alcança
vejo a platéia transida
de medo e espectativa:
me sinto muito querida
e todos me querem viva!
Ao saltar estendo a mão
e alcanço o companheiro:
tem que ter concentração,
e cálculo verdadeiro.
Em baixo o povo em suspenso
aguarda para aplaudir;
ninguém deseja, assim penso,
ver qualquer de nós cair!
É um mundo de fantasia,
negamos a gravidade;
pouco falta pra magia
em tanta temeridade!
É uma estranha sensação
como um estranho poder:
com a própria vida na mão,
isso é emoção pra valer!
Procuro tranquilizar
os entes queridos meus;
mamãe, podes relaxar,
pois estou nas mãos de Deus!
Numa fração de segundo
com os dedos seguro a vida:
mas pra mim em todo o mundo
é a profissão mais querida!
Com o circo eu vou viajando,
levando a minha mensagem:
a todos emocionando,
amando cada viagem!
Meu corpo é meu ganha-pão
e tem que manter leveza:
cada pé e cada mão
garantem a minha mesa!
6/7/agosto/2016
O POETA E O TRAPÉZIO
Marta Sirino
Sempre há desafios
Para o poeta compor.
Ele fala de dores
E também de AMOR.
No equilíbrio da vida
O poeta está.
No trapézio bailando
Para lá e para cá.
Com o rosto pintado
Escondendo a dor.
O poeta declama
Os seus versos de amor.
Ele não se preocupa
Com o que vai dizer.
Ele apenas deseja
Um sorriso trazer.
É assim vai a vida
Passando bem devagar.
E o trapézio parado
Não vai continuar.
O poeta poetiza
Com o que lhe propor.
Seja círculo ou trapézio
O importante é compor.
Marta Sirino
Nome: Marta Sirino
Idade: 45 anos
Estado: Rio de Janeiro
Profissão: Servidora pública do município do Rio de Janeiro.
Hobby: Amante apaixonada por escritos poéticos; devoradora de livros e compositora apaixonada de singelas linhas poéticas.
Imagens Pixabay.
Fotografia de Marta Sirino, gentilmente cedida por Marta Sirino.
(Nota: este poema foi originalmente publicado em 20/10/2016 e está sendo agora reeditado, enriquecido com o texto "O poeta e o trapézio", de nossa colega recantista Marta Sirino)
A TRAPEZISTA
Miguel Carqueija
Eu desafio o abismo
e posso quase voar:
pois quando fiz Catecismo
aprendi a confiar
em Jesus e em Maria
e de Deus a proteção:
pois em meu lar sempre havia
muita fé no coração.
Tenho que ser corajosa
neste trapézio oscilante:
dizem que eu sou charmosa,
uma garota elegante,
mas isso não conta nada,
é o equilíbrio que vale:
e não posso dar mancada,
só o movimento que calhe!
Já trapeziei sem rede,
desafiando a morte;
às vezes com fome e sede,
a Deus confiando a sorte!
Balançando na altura,
trocando com a companheira,
olho o povo com ternura,
me sinto uma aventureira!
Que passaro sem pluma e bico!
Anjo mortal que balança;
às vezes com medo fico,
e até onde a vista alcança
vejo a platéia transida
de medo e espectativa:
me sinto muito querida
e todos me querem viva!
Ao saltar estendo a mão
e alcanço o companheiro:
tem que ter concentração,
e cálculo verdadeiro.
Em baixo o povo em suspenso
aguarda para aplaudir;
ninguém deseja, assim penso,
ver qualquer de nós cair!
É um mundo de fantasia,
negamos a gravidade;
pouco falta pra magia
em tanta temeridade!
É uma estranha sensação
como um estranho poder:
com a própria vida na mão,
isso é emoção pra valer!
Procuro tranquilizar
os entes queridos meus;
mamãe, podes relaxar,
pois estou nas mãos de Deus!
Numa fração de segundo
com os dedos seguro a vida:
mas pra mim em todo o mundo
é a profissão mais querida!
Com o circo eu vou viajando,
levando a minha mensagem:
a todos emocionando,
amando cada viagem!
Meu corpo é meu ganha-pão
e tem que manter leveza:
cada pé e cada mão
garantem a minha mesa!
6/7/agosto/2016
O POETA E O TRAPÉZIO
Marta Sirino
Sempre há desafios
Para o poeta compor.
Ele fala de dores
E também de AMOR.
No equilíbrio da vida
O poeta está.
No trapézio bailando
Para lá e para cá.
Com o rosto pintado
Escondendo a dor.
O poeta declama
Os seus versos de amor.
Ele não se preocupa
Com o que vai dizer.
Ele apenas deseja
Um sorriso trazer.
É assim vai a vida
Passando bem devagar.
E o trapézio parado
Não vai continuar.
O poeta poetiza
Com o que lhe propor.
Seja círculo ou trapézio
O importante é compor.
Marta Sirino
Nome: Marta Sirino
Idade: 45 anos
Estado: Rio de Janeiro
Profissão: Servidora pública do município do Rio de Janeiro.
Hobby: Amante apaixonada por escritos poéticos; devoradora de livros e compositora apaixonada de singelas linhas poéticas.
Imagens Pixabay.
Fotografia de Marta Sirino, gentilmente cedida por Marta Sirino.