ECOS DE MAISA SILVA Para a poetisa de Itumbiara

Sol laranja pousa sobre o rio.

Remadores cansados guardam a canoa.

O aparador de cedro confina a alfazema.

As romãs ainda não bicadas pelo sabiá.

Papel de pão, caneta tinteiro e estio,

Toda a Terra envolta pela fina garoa

Imaginária ou difícil qual teorema -

Não é no silêncio que se acha paz.

O que tinha de mais fêmea era o canto.

A labuta da pena molhada por nanquim.

A pele negra luzidia de sua amante

Fez cicio serpente em cio no recanto.

O gosto vivo pela vida quase serafim.

O dom de enlevo de seu cantar vibrante!

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 29/09/2019
Código do texto: T6756530
Classificação de conteúdo: seguro