ECOS DE MAISA SILVA Para a poetisa de Itumbiara
Sol laranja pousa sobre o rio.
Remadores cansados guardam a canoa.
O aparador de cedro confina a alfazema.
As romãs ainda não bicadas pelo sabiá.
Papel de pão, caneta tinteiro e estio,
Toda a Terra envolta pela fina garoa
Imaginária ou difícil qual teorema -
Não é no silêncio que se acha paz.
O que tinha de mais fêmea era o canto.
A labuta da pena molhada por nanquim.
A pele negra luzidia de sua amante
Fez cicio serpente em cio no recanto.
O gosto vivo pela vida quase serafim.
O dom de enlevo de seu cantar vibrante!