Paulo Leminski

fazia poesia.

fazia poesia não porque queria,

mas porque gostava.

fazia poesia porque gostava,

mas, não tão somente por isso...

fazia poesia porque precisava.

escrevia...

escrevia todo dia,

escrevia toda noite;

escrevia toda madrugada.

escrevia sempre que seu coração

falava a palavra calada.

escrevia,

e pela poesia que fazia

se apaixonava.

a noite pingava[...]

a lua no céu o sentia

sempre que ele fazia poesia.