FILHO

E em minha velhice aparece

Invade minha mente e me pensamento,

Toma minha alma,

Faz-me pequeno.

Faz me refletir sobre a vida,

Ensina a ser o homem, o menino.

Me chama de pai, e eu me enobreço

E no abraço explode o amor esperado

Eu que já fora filho, esposo ou marido

Agora saboreio o dom de doar

a meu filho amado

Que experiência, que carência essa minha!

Que estava esquecida no tempo e na vida,

Ressurge e você recoloca a sonhar

Agora posso projetar, fazer planos e desenhar

Trouxe-me um novo jeito de olhar.

Fez me esquecer do espinho

Entrou de mansinho

Em teu jeito menino

Me pôs a chorar.

Quanta alegria, quanto contentamento

É o amor impiedoso

Que entra todo atrevido

E no coração expande

Dilacera

É menino, é filho, é fera e destino.

Não me posso ausentar

Não me posso desligar,

São 50 anos a te esperar

Nas madrugadas

De joelhos dobrados

Em súplicas aos céus

Quanta lagrimas a derramar.

Assim, tão de repente

É posto a minha frente

E me ensina a ser pai.

E em todo envolver respeitoso,

Se ensina se aprende gostoso.

No choro ou nas risadas mais seguras

Tira de mim a tortura

Atenua meu viver

Quero fazer me forte,

Quero em brado elevar minha voz

E não desligar, mas viver

não dar condição de lhe perder

Pois ao 50, 60 ou 70, quero cada segundo aproveitar

Antes que minha alma venha a jazer.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 28/07/2019
Reeditado em 28/07/2019
Código do texto: T6706611
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