Tributo a Poeta TULA PILAR FERREIRA
Morre o corpo denso
O corpo somático da poeta angelica Tula Pilar.
Morre também com ela
a empregada doméstica,
a babá, a mulher negra,
a mulher descriminada,
a faxineira...
Para mim que não acredito na morte, ela hoje mudou de veste.
Possivelmente não terá mais cor...
Tula adentra no mundo maior O mundo das idéias.
Platão tinha razão
O mundo dos sonhos
dos seus e nossos
Hoje declamará no jardim das alamedas no jardim das tulipas vermelhas
Declamará no jardim dos "poetas mortos"
Dos poetas sem corpos
Os quintessênciados.
Com o corpo que sendo decorado de grafite
Tatuado com frases dos teus poemas leves
De cicatrizes profundas como todas as almas nobres.
O céu recebe de volta a estrela negra
Que pisando aqui era como se pisasse alí
Pisando alí
Pisou na lua
Vai Tula Pilar ao encontro de Cora Coralina
Que poetizou as ruas e becos de Goiás
Diga a ela que é tua irmã que foram separadas
pelas algemas do destino, sendo irmãs gêmeas de almas
A poesia usará as antenas da NASA
E fotografará este encontro no núcleo do buraco negro
Que hoje
Ficou Azul...