Para minha mãe
Minha mãezinha querida
que nas noites quente do verão da minha infância
sentada na cadeira, de assento de palha (raras hoje)
tricotando, crochetando ou bordando
sob a luz do lampião de querosene (sim, não tínhamos energia elétrica)
eu e meus irmãos embaixo da mesa
de madeira, simples como era a vida,
povoavas nossa imaginação
com histórias que trazia na memória
bordando em nós seu exemplo
tantas histórias que nos deixavam pensando
dias e dias, na virtude transmitida
quantos ensinos recebemos
com histórias simples do cotidiano
no meu baú da memória o assoalho
de madeira e o tampo da mesa eram tão limpos
que marcou dentro de mim essa figura
da limpeza e da clareza