A Artesã

A ARTESÃ
Miguel Carqueija

Faço com muito carinho
o trabalho artesanal
mexendo com meu dedinho
mais linha, agulha e dedal,

com a cola e com a tesoura,
com pincel e cartolina,
meu trabalho não desdoura,
fica bem legal, menina!

Eu sou como a Tinkerbell
e adoro trabalhar
com madeira, com papel,
com a matéria que pintar!

E sei montar com apuro
um bonito joão-bolinha,
lido com material duro
e com a suave massinha.

Não é fácil não senhor
ser artesã com apuro;
é preciso muito amor
e muitas vezes dar duro.

Só não se ganha dinheiro
em viver artesanando,
trabalhar o ano inteiro
é coisa que faço amando!

E sempre é bom ensinar
as crianças no mister:
saber cortar e pintar,
instruir a quem quiser

também a serrar madeira,
trabalhar com papelão,
conhecer toda a maneira
de construir com a mão!




E sabem, na profissão
de artesão, falo em verdade,
muito fala o coração,
cimento muita amizade!

E quem é artesanal
usa muito a reciclagem,
tem muita coisa legal,
não pense que é bobagem

guardar uma garrafinha,
um prato de papelão,
até mesmo uma tampinha,
tudo que sirva pra mão!

E se eu trabalho no chão
o meu gatinho tão lindo
fica olhando com olhão
até o trabalho estar findo!

Montar, recortar, colar,
esta é a vida da artesã;
tudo serve pra usar,
às vezes uso até lã!

Quando se ensina a criança
neste mister sem igual
ela logo entra na dança
e acha tudo tão legal!

Num passado já remoto
era tudo artesanal;
e no futuro ignoto
vai ser tudo digital...

Mas prossigo a me esforçar,
minha arte não é vã;
trate de valorizar
a sua amiga artesã!




O ARTESÃO!

Amarílis Pazini Aires




Um artesão cria imagens deslizando seus dedos na matéria que inspira a emoção.
Com um pincel ele fotografa paisagens, personagens, ideias que brotam em ebulição.
E trançando as linhas ele inventa a vestimenta que lhe aprouver.
Borda em riscas as cores florais numa junção harmônica e natural.
Artesão usa as mãos para realizar na matéria bruta os sonhos que pululam a mente.
Ser artesão é invadir com amor espaços desconhecidos, fazendo brotar a quimera sonhada.

Com seus dedos caprichosos
E as ideias em ebulição,
O artesão invade o espaço
Criando com amor e emoção.

Amarílis Pazini Aires
13/02/2019


 
Amarilis Pazini Aires, nascida em São Paulo-Capital.
Pianista , Artesã e Poeta.
 
Participei de duas Antologias-1-Alimento da Alma III, com 3 poemas.
2-Melhores da Poesia Brasileira, com 1 poema.
 
Faço parte do Lítero Cultural e fui entrevistada por Selmo Vasconcellos, sobrinho do imortal José Mauro de Vasconcellos.
 
Tenho dois blogs 1-Poetando a Vida  2-Meus duetos e Presentes de Amigos.

 
 




O ARTESANATO EM TEMPOS IDOS

Flor de Lyz




 Ser artesão ( ã ) é transformar em sonhos de arte, os restos da realidade que são jogados fora, ou simplesmente descartados por quem não onsegue enxergar neles nada além de lixo!
      Quando falo em arte... Não é sobre esta arte fruto da modernidade que já nos entrega tudo mastigado, mas, sim da arte fabricada com imaginação por mãos mágicas que transformam qualquer objeto de sucata encontrado, em um    objeto novo e cheio de encanto...
      Isso me reporta aos áureos tempos da Praça General Osório, o berço da comunidade artesã durante longos anos!
      Naquela época, ela virou o reduto dos **hipes** com seus trabalhos feitos com couro... conchas... contas...naylon... fios de cobre... latão... pneus velhos ... placas de sinalização... fitas... retalhos de pano... fuxico...crochê... tricô... palha... capim dourado...enfim! qualquer coisa que lhes caíssem nas suas mãos mágicas viravam verdadeiras preciosidades artísticas!
      E não podemos omitir também, o famoso ""teste da banca"" que as artesãs mais jovens e bonitas eram convidadas a fazer na cama pelos poderosos que avaliavam a qualidade dos trabalhos para conceder **a tão sonhada licença**         para exibir e comercializar ali os seus produtos...  É claro que muitas não aceitavam, e com isso quase sempre ficavam sem a permissão para trabalhar!
       E não pensem que era fácil conseguir uma vaga para montar sua banquinha!
       O regulamento era severíssimo e só podiam ser expostos os trabalhos totalmente confeccionados a partir de matérias primas e executados manualmente, sem ajuda de máquinas ou qualquer aparelho industrial!
       Era um encantamento só... passear por entre as barraquinhas pois ali encontrava-se de um tudo! anéis... colares... brincos... pulseiras... porta-retratos... porta-revistas de couro... espelhos desenhados e emoldurados também com couro... rasteirinhas e mocassins feitos de couro cru... móbiles de bichinhos de feltro... batas bordadas à lá indiana... Enfim! um verdadeiro 
   deleite! 
       Somado a tudo isto, tinham as figuras exóticas dos jovens cabeludos e as meninas mocas de flores nos cabelos ou tearas de diversos formatos...muitos colares e pulseiras coloridas... O aroma dos incensos de palitinhos acesos em
   queimadores confeccionados cuidadosamente em bambu ou conchas de ostras enormes enfeitados com contas e misangas!
       Que saudades da antiga Praça General Osório, dos anos idos e do seu charme e glamour ...
       Hoje, com a tecnologia as coisas ficaram  mais mecânicas... surgiram novos materiais, e até o reaproveitamento do material descartado mudou de nome... virou **reciclagem!** e tirou um pouco do brilho e do valor do nosso trabalho...
       Mas, isso não importa, pois, quem nasce com alma e mãos de artesão ( ã ) consegue enxergar e criar **arte** com qualquer pedacinho de qualquer coisa que lhe desperte a fértil imaginação com que nasceu!
       Artesões ( sãs ) e artesanato
       #igual a criatividade e beleza.

                            Flor de Lyz
                     05 de fevereiro de 2019



   Flor de Lyz, nascida em Governador Valadares,
       Minas Gerais...viveu uma infância pobre, mas, muito rica em
      liberdade... cresceu correndo pelos campos, acompanhando e 
      ajudando a avó a plantar na roça.
          Aos cinco anos veio para um orfanato no Rio de Janeiro, e lá
     se encantou com as palavras, tão logo aprendeu a ler, começou a   brincar com elas e vivia rabiscando,versinhos em papéis minúsculos.
         Mãe solteira... criou a filha e duas netas sozinha  e só à bem
     pouco tempo, criou coragem de libertar SEUS VERSOS das gavetas
     onde viviam aprisionados para publica-los aqui no RECANTO...
         Sonhadora, romântica, Ganha a vida como *** Cuidadora social 
     e artesã ***  Como toda aquariana vive mil anos à sua frente ...
     Mas, sempre com os pés no chão, e a poesia na alma... Apesar de
     continuar considerando seus contos,cronicas e versos como simples...
     ESCRITOS DE GAVETAS...


 
imagens 1- pinterest; 2 e 3- pixabay
foto de Amarílis Pazini Aires gentilmente cedida por Amarílis Pazini Aires
foto de Flor de Lyz gentilmente cedida por Flor de Lyz
Miguel Carqueija, Amarílis Pazini Aires e Flor de Lyz
Enviado por Miguel Carqueija em 08/04/2019
Reeditado em 09/10/2019
Código do texto: T6618803
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