TROPIZANTES ACIDENTAIS -“ in slow motion by BARBARELLA”-
TROPIZANTES ACIDENTAIS
-“ in slow motion by BARBARELLA”-
Transformaram gotas em incidentes,
Pétalas em refogados,
Tesouros em tradições,
Alguns finais em agonias.
Derreteram seus velhos sabores
Girando sobre frágeis pedestais,
Encurvados e anestesiados,
Em novos e desgarrados horizontes.
Sorrisos banguelos e atrasados,
Rodopiavam em valsa acreana,
Num ridículo baile religioso,
Chacoalhando seus corpos vomitados.
Criaram um branco engano ao negro,
Semitonando auguras sem melodias,
Apenas retumbando cálidas mirações.
Enforcadas em seus postes-ídolo.
Sussurram olhares míopes,
Numa cadência trôpega e sem destino,
Trancados em seus caóticos céus,
Cilíndricos e destemperados como hienas.
Seguem seus flautistas de Hamelin,
Para se afogarem em qualquer Rio Weser.
Como pequenos ratos de esgoto,
Mergulhando seguros para dentro de velhidades !
Lustram suas memórias alteradas,
Refém de símbolos desenterrados do além,
Comem vazios e arrotam caprichos,
Bailando em seus encardidos brancos.
Sinais de uma paz enrugada e torpe,
Num monte de aquosas e apagadas estrelas,
Serpentes e maçãs adâmicas,
Rastejam num brilhoso vácuo,
Vindo de alguma amnésia cósmica,
Ainda bem sou yargoniano,
Onde orgias não são conhecidas.
Porque lá é reino, não império.
II parte – speed motion-
Leitura dinâmica dos originais,
“Três Patos Andrógenos”,
“A Aranha Branca”,
“O Triângulo”.
Tudo é animado,
Quadro a quadro revelado,
Fantasias realizadas,
Para sempre congeladas.
Jaak Bosmans
(da loucura in memorian)