Vovó e o tal sujeito
Eu não sabia quem ele era apenas tinha ouvido falar.
Ele roubou as rédeas da sua vida, sua intimidade e até seu caminhar.
De repente, você esqueceu a gente. Tornou-se vulnerável e dependente.
Como uma criança, realmente.
Às vezes fica agressiva, outras vezes só quer descansar, fica calada na cama a nos observar.
Quando eu canto ou assobio acende logo aquele olhar.
Eu invento uma história e começamos a conversar.
É triste, minha vozinha! Ele está levando você de mim.
E mesmo assim não vou te abandonar.
Sei que em algum lugar da sua memória eu ainda devo estar.
Todos os dias eu procuro saber mais desse sujeito, pois me ajuda a compreender e a cuidar melhor de você.
É Alzheimer, você é um mal que não tem fim. É bom se alertar!
Mas não há mal nesse mundo que o amor não possa suportar