LEGADO PARAIBANO
LEGADO PARAIBANO
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil
Se me perguntarem: - O que a Paraíba tem?
Responderei: - Tem pré-história preservada,
Em Sousa, no alto sertão, de dinossauros as pegadas
Material arqueológico, inscrições rupestres incrustadas,
Tombado o Vale dos Dinossauros, Monumento Natural.
A história mesclada de lutas, sagas e mitos
Em tempos coloniais, destacando-se Pombal,
Outra época marcada pela atuação do cangaço
Era a vez de Lampião amedrontar a população
E assim foi crescendo a saga do paraibano sertão.
Uma linda Capital litorânea que a muitos emociona
Assistindo ao grande e belo espetáculo do Por do Sol
Ao som do Bolero de Ravel, evento de uma rara beleza
Que encanta pessoas vindo de várias partes do Brasil
Dentre as belezas pelas quais, João Pessoa nos apraz.
Troncos familiares que suas culturas e tradições
Às cinco regiões do Brasil levaram com devoção
Cidadãos comuns que partiram desde séculos atrás
Para diversos Estados, dentre eles, para Pernambuco
Partiram das terras paraibanas com responsabilidade.
Migraram no anonimato, alguns para constituir famílias
Outros para concluir seus estudos. Ah, obrigada Paraíba!
Pernambuco acolheu dois cidadãos paraibanos, do sertão
Algarobas, tamarindos, umaris...deixaram as vegetações
E aqui escreveram suas histórias com amor nos corações.
Um deles partira do Engenho Pau d'Arco
Outro de Sousa, da Estação de trem Acauã
Épocas distintas, porém não tão distantes
Aqui se estabeleceram, não eram errantes,
Escrevendo suas histórias com grande afã.
Ao primeiro já não mais caberia o anonimato
AUGUSTO de Carvalho Rodrigues DOS ANJOS
Viera para o Recife com a finalidade estudar
Concluiu seu curso na Faculdade de Direito
Para mais tarde à Paraíba retornar e lecionar.
Augusto dos Anjos, da poesia paraibana é expoente,
Alguns a classificam de triste, depende do momento,
Excêntrico, se triste, o poeta expressa o que sente
Através da sua poesia exterioriza seus sentimentos
Além de poeta, professor, transmitindo ensinamentos.
O outro, ao contrário, no seu anonimato continuou,
Porém, sua coragem de sertanejo sempre preservou,
Casou com uma pernambucana, sua família embalou
Com sua companheira, honrou os oito filhos que criou
Até que, num Dia do Professor, ao seu lado descansou.
Dois homens, cada um com garra fez suas histórias
Tecendo-as com as tradições do sertanejo paraibano,
Engenho Pau d'Arco, Sousa, Rio do Peixe, Acauã...
Originando homens bravios, ao mundo se lançando
Não deixaram morrer seus passados, e ela traçando.
Até um dia Sousa, Cidade Sorriso!
Até um dia, Rio do Peixe!
Até um dia Aparecida!
Até um dia Acauã!
Até...saudades!
Poema participante do XII FESERP – Festival Sertanejo de Poesia
Prêmio: Augusto dos Anjos.
Escrito em 08.out.2005
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