O Barulho das Luzes

Haverá ainda o tempo de querer mudar tudo,

teu ar cabolo e figadal, sem lapso

só o desgarrar de uma casa

Haverá ainda o tempo do baton vermelho,

da saia negra, uma mota, para levar-te ao colo

sustento

Haverá ainda o tempo da rotina verde,

das calças brancas de um cravo no vaso

para cheirar o teu suor

Haverá ainda o tempo de elevar as vozes roucas,

de escrever no branco, o treito desgarre de exceder as ilusões

de tocar uma guitarra

Haverá supostamente segundos vindouros, etémoros

como o calabouço surreal da noite

jovial, onde tudo se aventura

Haverá ainda este Alfaiate que anota cada beijo,

que o borda, inocente em cetim

Haverá Prosa a chuviscar na janela, o desassossego

de uma haste que quer crescer

Divavid
Enviado por Divavid em 16/12/2018
Reeditado em 25/01/2019
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