O Barulho das Luzes
Haverá ainda o tempo de querer mudar tudo,
teu ar cabolo e figadal, sem lapso
só o desgarrar de uma casa
Haverá ainda o tempo do baton vermelho,
da saia negra, uma mota, para levar-te ao colo
sustento
Haverá ainda o tempo da rotina verde,
das calças brancas de um cravo no vaso
para cheirar o teu suor
Haverá ainda o tempo de elevar as vozes roucas,
de escrever no branco, o treito desgarre de exceder as ilusões
de tocar uma guitarra
Haverá supostamente segundos vindouros, etémoros
como o calabouço surreal da noite
jovial, onde tudo se aventura
Haverá ainda este Alfaiate que anota cada beijo,
que o borda, inocente em cetim
Haverá Prosa a chuviscar na janela, o desassossego
de uma haste que quer crescer