Para a melhor pessoa que conheci, melhor amiga, melhor alma, que sempre está em meu coração...

Não sei falar bonito,
Cuspo palavras de papelão...
E o tom? Sim, o tom...
Discussão para depois do almoço.
Não posso fazer discurso sobre o dicionário aberto,
Os versos ventam das narinas úmidas.
 
Pequeno tempo para os grandes desejos,
Coisas perdidas pela vida, sem graça,
Traças no guarda-roupa do passado.
 
Quis mudar o mundo, ser aventureiro,
O primeiro a chegar à Lua,
Dono da nudez dos dias,
Alvas lembranças embrulhadas em papel de pão.
 
Então, como se faz a mudança?
Nada, minha gente,
O que vocês querem, não se alcança.
 
Balanço as mãos com vigor,
Não esqueço esse amor,
Não pensa, não passa,
Não muda, não esgota,
Não cede, não quebra,
Não nada, nada não.
 
Apenas um lapso das palavras
Revoltosas como o mar na madrugada chuvosas,
Gostosas como queijo com goiabada...
 
Não é tão simples viver o que não se sabe,
Pouco que sabe da roupa que não serve,
Da comida que esfriou no prato,
Do futuro que se esconde
Atrás da cortina felpuda.
 
O tempo passou por trás da minha coluna,
O sol ardeu nesta pele surrada,
Os pés, em longa caminhada,
Os versos descendo as escadas
Para chegar ao porão das vaidades.
 
A cor dos cabelos avermelhados,
Cobrindo apenas a metade de um ombro,
O vestido azul encantado,
A voz poetizada da musa.
 
Tudo muda, com certeza, tudo muda,
As estações do rádio tocam músicas que não gosto,
Nada mais é impresso, nada é palpável,
As estampas em alimentos processados,
As imagens virtualizadas,
Os amores, os amores,
Como saber o que não se ensina?
O ser se perdeu na distância
E ser, perdeu sua essência.
 
O que hoje se pensa,
Amanhã será despejado
Na terrina do gato malhado.
 
Olhe para qualquer lado
Holográfico amor,
Passe as mãos no vazio
De um coração cheio
E mais bagunçado
Que quarto de adolescente.
 
Queria ser gente
Para poder
Jurar amor eterno.
 
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 11/12/2018
Código do texto: T6524633
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