CURA
fluindo nas veias
da alma, néctar;
do corpo, versos:
poesia no soro
Todo texto do projeto Nossa Árvore é para algum descendente, por mais distante que esteja...
Esta poesia é dedicada a pacientes convivendo com tubinhos de soro, levemente invasivos. Em particular, é para os que se entregam aos sentimentos dos que os cercam. E que assim se curam...
Escolho você para conversar sobre isso, Rafinha, neto querido, primeiro neto, quase cinco aninhos! Vou falar dos pensamentos de duas pessoas que você vai conhecer melhor com o tempo....
Tio Voltaire é uma delas. Disse que a arte da medicina consiste em distrair o paciente enquanto a Natureza cuida da doença. E titio Dostoievsky completou: a alma é curada ao estar com crianças.
Rafa, você e seus amigos são a própria Natureza que cura. Um dedo no tubinho, outro no coração do enfermo e a poesia do instante vai sendo injetada no soro.
E quem cresce sem se perder da criança que é hoje, espalha a cura e menos lobo mau haverá, Rafael!
Beijos do vovô Cláudio