Baseado em Amores Reais
O romantismo não deixa escapatória.
Newtoniano de berço, e sólido de estado,
Ao pregar a não simultaneidade do estar
Amputa o ego e traduz-me incompleto, inacabado.
E tu, coitado, pior.
Não chega nem mesmo a ser algo
Já que se de mim o faltoso eu é,
Você, amor, vira pedaço.
Queria eu sermos contigo,
Quanticamente conjugando todo amar.
De modo que não precise mais deixar de ser para que sejas,
E nem te condene à ‘insujeitificação’ de simplesmente completar.
Bom, ao menos é isso que minto,
Quando sendo em minhas fantasias
Busco porto até mesmo na física
Para viver que me amarias.
No mundo das coisas, todavia,
Nem sublimando pareço querer solidez.
Pois quando fumo, de erva faço-te fumaça,
Soprando assim a palpável dor em fluidez.
Não estou te chamando meu vício, quem falta aqui sou eu.
Estou, ao contrário, te pedindo desculpas já que além de ler-te ‘cartesianisado’,
Em uma vã tentativa de ocuparmos o mesmo espaço
Te sublimo como ‘breu’.