ANTÔNIA
Nas serras da minha terra
No verdor do meu torrão
No frio que aqui se emperra
Abati meu coração.
Jovem e com muitos sonhos
Minha alma se entregou
Devido aos anos enfadonhos
Que minha infância agregou.
Sonhos que me motivaram
No acreditar ser feliz
Impulsos que me elevaram
Na labuta de aprendiz.
Aprendizado supremo
Onde a regra era viver
Mergulhei dentro extremo
E fiz os sonhos acontecer.
No bom Deus acreditei
Que valia a pena tentar
Tudo que pude tentei
E consegui me libertar.
Meu corpo gerou amor
Os enganos me mudaram
O meu coração se ordenou
E meus filhos me salvaram.
Emendei o meu coração partido
Livrei-me daqueles “corações enganados”
Sou a menina de São Benedito
A Antônia e meus passados.