Imaginário
Nesta cadeira transfiro tua alma para perto;
Numa conversa distinta de trocas de expressões,
Questiono-te os versos e me respondes...
Fazes referência a mim, inclinando a cabeça em sinal de sim.
Rodeado de mesas o espaço, recebe calafrios profundos que despertam devaneios!
No espaço tal, o café sozinho repousa na mesa oval, causa-me angustia,
Reviver teu fantasma, tu espectral visão... Narro!
De minha boca saem teus versos que chamam o amor,
Mais a tua mortal lembrança? Não existe!
Agora, a rouca voz de meu avô soa aos ouvidos como o sussurrar do vento!
Teu sorriso, minha loucura! Sorri para mim a imaginação,
Agora APENAS eu e este recanto entre as árvores contemplam a lunar presença.
Volta aqui a epifania de nossa conversa, como um pai terreno que aconselha o filho...
Tu Apontavas no livro as respostas de minha indagação.
Devaneava assim, devaneava? Quando aos olhos nossos,
Figuras aladas angelicais batalhavam fortemente com bravura e esplendor;
Visão tal, olhar humano algum além de Nós no lugar via.
O anjo de espada na mão atacava outro anjo, expressões de quatro faces;
Sete asas iluminadas riscavam o céu noturno, cirandas de relâmpagos e trovões;
Olhos nossos assombrados, a cada curto verso que agora de tua boca saltava.
Aproximando – se de mim tocaste minha mão – Veio do céu terceiro anjo, este,
Findou minha visão! Tu dizias a mim, acalma teu coração...
O livro foi ao chão, o café? De súbito o susto da visão, levou ao abismo,
Foi também ao chão, rasgou o livro! Meus dois amigos...
Contemplamos a Ausência e como o Mundo é Grande;
Observei contigo a batalha no céu perante nossos olhos!
Ouvindo tua questão, de como o anjo bom enfrentou o anjo mau;
Havia O Anjo batalhador, havia o anjo que pensou a dor... Este me acordou!
(Entre Novembro e Dezembro de 2017)