Dipolieia(Poema 32)

A aveia e o trigo colocados em cestos

Separados são entregues ao sacerdote

Escarlate, na mesa fria e nua próxima ao

Altar duas facas de prata dedicadas ao

deus Apolo.

O touro é levado ao grande altar, o sacerdote

Afaga as orelhas do curioso bovino, naqueles olhos

Negros e profundos o touro divisa seu amado sacerdote.

A aveia e cevada é entregue ao touro que come com

A satisfação dos animais que encontram seu alimento sempre

Fresco, ao lado do altar uma estátua do deus Zeus Apolodoros.

Espargindo a mesa nua e fria de basalto o sacerdote invoca alguns

Peãs enquanto o touro termina sua refeição, o sacerdote pega a

Faca da esquerda e entoa mais um belo peã a Zeus.

No último olhar do touro o sacerdote taciturno

Corta a garganta daquele touro que esperava ainda

Viver por mais tempo, o sangue corre pelo chão,

A estátua do deus tinge-se levemente na parte inferior

Do sangue taurino e o sacerdote com a experiência

Vivaz do ritual foge do lugar deixando a faca ao lado

Daquele animal sofrível que apenas serve como a

Coleta cruel e fatídica de um deus milenar!

Martin Schongauer
Enviado por Martin Schongauer em 25/08/2018
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T6429754
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