Filosofia

Quem o pegou foi a parteira,

Lá pelos anos setenta,

Que teve uma seca horrenda,

E quase tudo arrebenta;

Nascido nas capoeiras,

Nunca tomou mamadeira,

Pra criar massa cinzenta.

É natural da Terrinha,

De que muito se orgulha;

Comeu muita papa doce,

Preparada com farinha;

Veio de família pobre,

Mas tem coração nobre,

Vive em paz, tem harmonia.

Logo cedo aprendeu,

A ler, escrever e contar;

Criativo e curioso,

Não cansava de estudar;

Sempre foi um tagarela,

Nunca gostou de novela,

Pois adora improvisar.

A batalha era ferrenha;

Muita necessidade passou;

De uma grave depressão,

Teve a mãe acometida;

Mas isso não a impediu:

Muitas portas nos abriu,

Nos caminhos desta vida.

Não sonhava pro futuro,

Passar por onde passou;

Seguindo os bons conselhos,

Buscou sempre ser um forte;

Teve um pai firme e bondoso,

Por quem é muito saudoso;

E tanto sente sua morte!

Do baque forte se reergue,

Com a mãe e com os irmãos;

Pois a vida agora nua,

Precisa de união;

Ai então surgiu uma luz:

Porque quem a vida conduz,

É o Grande Deus da Criação.

Toda história tem um fim:

Começou a trabalhar;

A fase ruim esvaeceu:

Tempo bom pra operar;

O riso se devolveu,

E aquela lágrima verteu,

Para nunca mais ter que voltar.

Os quatro irmãos sempre buscaram,

Com esforço superar,

Barreiras e obstáculos,

Para poder estudar;

Hoje todos são formados,

Têm empregos conquistados,

E um bom lugar para morar.

Sempre com uma história bonita,

Tanto a arte quanto o artista,

Precisa-se compreender;

É isso que vale a pena;

Galgando aqui e ali,

Todo mundo quer pra si,

Belas coisas e vida plena.

Degraus e mais degraus,

Fizeram-se conquistar;

Na área da educação,

Foi necessário investir;

Atuou dentro, atuou fora,

O que se sabe até agora,

É o que se pode usufruir.

Uma coisa bem curiosa,

Chama bastante atenção:

Nunca procurou ferrar,

Com a vida do vizinho;

Tudo o que conquistou:

Vestiu a camisa, suou;

Não precisou de padrinho.

Um orgulho muito grande,

E que ele sempre vai ter,

Está em ver seus pupilos,

Desbravando alvorecer;

É um caminho sereno;

E agradece ao Deus Supremo,

Por isso lhe conceder.

Deixa um recado a todos:

Quem deseja construir;

Tem sempre os bons caminhos;

E a quem possa partilhar;

Faça valer a decência;

Sabedoria e competência,

É o que não lhe pode faltar.

E aqui, em despedida,

Ao Senhor ele agradece,

Maduro e lisonjeado.

Aplaude os interlocutores;

Com respeito e pertinência,

Visto ser esta a essência

Da apreciação dos senhores.

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 25/08/2018
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