METÁFORA

Eu aqui por horas tentando decifra-la

Logo, ela, a moça que caça palavras

Que não há canção que lhe caiba

E eu insisto, porque sou dessas que fala

Que observa, desenha, retalha

Que quer salvar na mente cada detalhe

Que guarda cartas que deveriam ser queimadas

Que guarda magoas que deviam ser passadas

Logo eu que gosto tanto de coordenadas

Me perco em suas palavras

Me encontro em suas pernas

E ainda tento descreve-las

Dedilha-la

Sentir e tornar real

Trazer à vida a fala

Como se ela coubesse em uma frase

Como se bastasse apenas uma crase

Para citá-la, incitá -la

E ela intacta

Inescrevivel, começo eu a inventar palavras

Repetir palavras

Enfatizar o tom

Talvez assim ela entenda,

Quem sabe lhe toque o meu som

Quem sabe so as ondas e o vento

Lhe entreguem essa sensação

Talvez ela nem seja de letras

Talvez nem me gaste o invento

Talvez ela so seja cometa

So deixe rastro e uma vibração.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 23/07/2018
Reeditado em 23/07/2018
Código do texto: T6397558
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