Entre teus livros

Volto para reler-te, receosa de que te ressintas

da minha insistente presença,

qual criança inocente, lambuzada de sorvete e prazer,

meio escondida entre as estantes...

Atração pelas tuas construções mentais,

mistura de sofisticado raciocínio

e vida, em sua versão mais genuína...

De novo aqui, entre as palavras que te escapam da mente

e se grudam à tinta da caneta para que as deposite no branco do papel...

Tu as criaste ou elas o criaram, poeta, menino que brinca de tecer excertos?

Espio por entre os livros que se acumulam, em torres infinitas, voltadas para o céu.

Tiro as sandálias para pisar no chão quentinho, pé ante pé

e não interromper os sussurros das palavras que rogam por sua alforria...

Imploram para que as leve e as transmude em poemas...

Elaborados pensamentos que, ao final, resultam em leveza e encanto

que só o criador sabe emprestar à criatura...

No ar que respiro aqui, o fascínio da verdadeira poesia tira-me do chão...

Flutuo, dançando com teus poemas que saem dos cadernos de anotações,

rabiscados do ir e vir de teu processo criativo, faina que te preenche todos os espaços...

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 09/06/2018
Reeditado em 09/06/2018
Código do texto: T6359931
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