Entre teus livros
Volto para reler-te, receosa de que te ressintas
da minha insistente presença,
qual criança inocente, lambuzada de sorvete e prazer,
meio escondida entre as estantes...
Atração pelas tuas construções mentais,
mistura de sofisticado raciocínio
e vida, em sua versão mais genuína...
De novo aqui, entre as palavras que te escapam da mente
e se grudam à tinta da caneta para que as deposite no branco do papel...
Tu as criaste ou elas o criaram, poeta, menino que brinca de tecer excertos?
Espio por entre os livros que se acumulam, em torres infinitas, voltadas para o céu.
Tiro as sandálias para pisar no chão quentinho, pé ante pé
e não interromper os sussurros das palavras que rogam por sua alforria...
Imploram para que as leve e as transmude em poemas...
Elaborados pensamentos que, ao final, resultam em leveza e encanto
que só o criador sabe emprestar à criatura...
No ar que respiro aqui, o fascínio da verdadeira poesia tira-me do chão...
Flutuo, dançando com teus poemas que saem dos cadernos de anotações,
rabiscados do ir e vir de teu processo criativo, faina que te preenche todos os espaços...