Cai o pano

Cai a luz

No palco, na plateia

O vozerio se cala

Na presença serena da atriz.

Aos poucos

O corpo se transforma

De vassala, criada, a imperatriz.

Ergue-se, então, a cortina

E ela, tal como bailarina

A arte cênica embala.

Em cada gesto, em cada fala,

No enredo que ilumina,

Ninguém respira,

Tudo se cala,

E o gestual impecável, domina.

Ora doce, ora ferina

A todo o teatro

Faz chorar e faz sorrir.

E depois de cada ato

Regida pelo tempo exato

O espetáculo termina

Desce a luz tênue e rala

Fecha-se a pesada cortina

Pende o corpo da imperatriz,

A musa do tablado.

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 05/06/2018
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