Cai o pano
Cai a luz
No palco, na plateia
O vozerio se cala
Na presença serena da atriz.
Aos poucos
O corpo se transforma
De vassala, criada, a imperatriz.
Ergue-se, então, a cortina
E ela, tal como bailarina
A arte cênica embala.
Em cada gesto, em cada fala,
No enredo que ilumina,
Ninguém respira,
Tudo se cala,
E o gestual impecável, domina.
Ora doce, ora ferina
A todo o teatro
Faz chorar e faz sorrir.
E depois de cada ato
Regida pelo tempo exato
O espetáculo termina
Desce a luz tênue e rala
Fecha-se a pesada cortina
Pende o corpo da imperatriz,
A musa do tablado.
Beijo a todos!