RAP-END / ECÍSTICA

RAP-ENTRE  

ECÍSTICA

 

                      Para José Carlos LIMEIRA Marinho Santos

Em 31 de julho de 2005

  

Meu nome vulgo

Não divulgo.

Tenha seu susto

Sou intruso.

 

Vou dar-lhes uma dica,

Vejam as penas, vôo alto

Alimento-me da carniça

Deixada no asfalto.

 

Os neurônios trançados pensam

Os cabelos raspados calam

Mãos para o alto gritam.

Qual seu tempo de reação à poesia?

-  Levante os braços!

 

Se escrevo na parede é grafite.

Um chiste, a lei é o limite.

Rimar cadafalso com meu passo

Dependerá do seu aplauso.

  

A saliva oferto.

A cusparada aos desafetos

É mais que beijo,

Não posso ser discreto.

  

Este verso não quer a estante

Sequer quer ser livro.

Sim livre grito

Sobre nosso destino.

 

Quer bocas disparando mesmo

Ao gatilho do inconformismo.

Quer uma rajada de falas

Sem palavras perdidas ou a esmo.

  

Guitarra por metralhas,

Tambores por granadas;

Uma estrofe por gaiolas vazias.

Pagarei o resgate com rimas,

Tuas cores pelas minhas.

  

Pode parecer o meu começo

Com certeza seu fim.

Uma tábua de salvação

Alie-se a mim.

  

Quer um pouco?! Venha por esta viela,

Caminhe por este viés.

Ao invés de estacionar na esquina

Seu futuro à outra sina.

 

Se faço click, responda clack

Isto é um conto de santo domingo?

Se invadiu, detonou

Não há mais abrigo.

 

Autentique Alfa-Uno

Zulu

Autentique November Vinte

Zumbi

  

Antes de Babel

Todos éramos poetas.

Depois de Zumbi

Cada um cumpra seu papel.

 

Depois de Isabel

Ao léu.

Depois de Zumbi

Todos somos Zumbis.

  

Grito no auto-falão

Sou contra a bulição.

Repriso verdades

Palavras de alto calão.

  

Nossa tribo é o presente

Nosso clã o destino

Já podeis da pátria párias

Ver contentes a mão gentil

Eu adoro é Lauryn Hill.

 

Já podeis da pátria párias

Poderoso apara balas.

  

Nem basta a combinatória

De alfabéticas letras, som, pausa...

Organizadas ao pavilhão, no pavilhão...

- Tem que ter honoris causa.

 

Cela especial é fantasia.

Liberdade não me algema

Quanto mais TV, cinema.

O papel branco, o lápis preto

Nosso contrato, seu dilema.

 

Da lama ao lixo

Vivendo como microorganismos.

A permanente revolta quer respostas

 Não se atreverá a constantes derrotas.

  Não durmo cedo, acordo cedo.

Uma cópia concedo,

Tapa na cara, digital:

A impressão de meus dedos.

 

O que você tem feito por seu Deus,

Ovelha perdida?

O que você tem feito pelos seus,

Loba ferida?

  

Recicla-me ou poluo-te.

  

A linha-de-frente passa rente

Do seu sapato,  - enfrente!

Lições do combate

Que a muitos bravos abate.

 

Mão-de-obra, não!

Sou todo obra divina.

Obra-mãe, obra-pai.

Massa de manobra, não!

Sopa e pão!

 

Conclamo aos frutos do baobá,

Chamo quem quiser participar:

Ressuscitar a África mítica

Junto da América onírica,

Usando todas as teorias da e.cís.ti.ca.

 

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e.cís.ti.ca   sf   (gr oîkos+ística)

 Ciência dos agrupamentos humanos.

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 05/05/2018
Reeditado em 08/05/2018
Código do texto: T6327809
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