A querida menina
Por mais que te pareça estranho
Me vi na expectativa de lhe escrever um poema
Não um poema de amor nem poema fútil
Espero que lhe seja útil
Algumas palavras apenas
Na qualidade de amigo, na qualidade de irmão
Talvez até um puxão
de orelha aqui, outro acola
Saiba que sinceramente, choro as tuas dores sinceras
Teus martírios mais profundos
Que nem um servil vagabundo
Tenha sentido algo tão fundo
Nem chorou tuas misérias
Quanto o desespero do combate
Sem batalhas, aparente
Crê se afastar solenemente
Recarregar tuas artilharias
De rosas, Jasmins e orquídeas
Não esqueça também as margaridas
E a pureza do amor constante
Te reerguerá triunfante
Sem vitória aparente
Mas com uma vontade diferente
E tocará a vida adiante
Nutre em teu seio errante
A certeza do novo
Dirigirás com galhardia imensa
Todo aquele grande povo
Tenhas certeza de uma coisa
Torço pelas tuas vitórias, e
Padeço secreto tuas derrotas
Mas ao pai agradeço
Todos os tropeços e
Sua sincera amizade
E com brilhos nos olhos
Por aqui me despeço...