NAUFRÁGIL

NAUFRÁGIL

Genin

Andei-me afogado nas ondas de vida que vinham

Eram tantas e não se continham

Meus braços hercúleos invejavam Shiva

E o gosto estético era mais do que saliva

Sei que afoguei pensamentos ensinados

Eram tantos os condenados

Que meus braços terminavam em dedos

E o sabor do sal ardia mais que os medos

Faltou-me o fôlego de ar sobre a água benta

Envelhecendo-me nos hospitais de cura lenta

Meus braços cansados da musculação sofistica

Destemperaram a lingua socialística

Mergulhei nos rios cruzados das ruas

Mantive a memória das pessoas nuas

Abracei ao relativo que pude alcançar

E encontrei ainda um sobrevivente do verbo AMAR

Nota: estes versos são dedicados ao (RE) ENCONTRO de duas pessoas impossíveis, mas possíveis.