UMA CABANA NA NEVE
 
Numa cabana,
encontrei poesias empoeiradas pelo tempo, soltas
ao relento e colhi-as para mim...

Folheei aquele
caderno surrado, com suas folhas soltas e
esmaecidas, e vi que continha a história
de um grande amor...

Uma lareira, ao canto da sala, com fuligens,
dando a entender que por ali passara alguém
há muito tempo...

Sentei-me
numa cadeira que rangia quando eu a balançava; 
com o caderno em nas mãos e o desejo 
de desvendar  os segredos...

- Eu tenho esse direito? - Pensei:
afinal estas vidas estão sendo expostas naquelas 
páginas; o que tenho eu a ver com isso?

Levantei,
coloquei aquele caderno no aparador da lareira, tirei
a poeira de todo o local, deixei tudo limpo 
e organizado...

Antes de sair, 
dei mais uma olhada no caderno e pensei: não, 
esta história não me pertence, não sou
personagem dela...

Então dei as costas, 
passei a chave enferrujada no trinco, coloquei 
debaixo do tapete e segui pela estrada
coberta de neve...

Não resisti e dei uma última olhada;
avistei, à porta, uma bela dama, de cabelos pretos, 
vestido branco e uma rosa na mão 
(uma flor de inverno?)...

Ao seu lado, um cavalheiro distinto, tocava 
seu ombro delicadamente, a chamá-la para entrar.
A jovem mulher sorriu-me e entraram...

Tudo em volta ficou iluminado, 
era tão forte o fulgor que perdi o equilíbrio, entrei num 
torpor e, quando dei por mim, estava na minha cama...
Foi um sonho!
Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 01/04/2018
Reeditado em 01/04/2018
Código do texto: T6296891
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.