Ó, POETA!
(ao Sr. Orlando Lencione, com toda minha admiração e respeito)
Ele sempre se sentava naquela cadeira espreguiçadeira e fitava o lago
Fitava a grande paineira
Sempre trazia consigo papel e caneta e se punha a poetar
Era simples, modesto
Um homem de muito saber, muitas palavras e muitos silêncios
Estendia a mão me entregando a folha
Eu lia, relia
Elogiava a poesia
Mas naquele tempo não conhecia a dimensão de uma paixão
Não conhecia
Poeta, se possível, de onde estiveres me estenda a mão
Não a folha escrita, nem a palavra dita
Me estenda a mão
E através das energias que aconteça o toque de nossos corações
Talvez consigamos atravessar as dimensões