Ó, POETA!

(ao Sr. Orlando Lencione, com toda minha admiração e respeito)

Ele sempre se sentava naquela cadeira espreguiçadeira e fitava o lago

Fitava a grande paineira

Sempre trazia consigo papel e caneta e se punha a poetar

Era simples, modesto

Um homem de muito saber, muitas palavras e muitos silêncios

Estendia a mão me entregando a folha

Eu lia, relia

Elogiava a poesia

Mas naquele tempo não conhecia a dimensão de uma paixão

Não conhecia

Poeta, se possível, de onde estiveres me estenda a mão

Não a folha escrita, nem a palavra dita

Me estenda a mão

E através das energias que aconteça o toque de nossos corações

Talvez consigamos atravessar as dimensões

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 30/03/2018
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