O DE CASA DIMAS COSTA
O de casa patrão velho
Parece que ouvi um chamado
Como sou um gaúcho educado,
Tomei atenção fui ver.
Que rancho estranho! Pensei.
As cancelas todas abertas.
Potros galopando, planando
Pelos campos a relinchar.
Sem cabrestos, de pinotes,
A escramuçar pelo pago,
Verde imensurável.
Decorado de mal-me-quer,
Violetas, jasmins, majericão.
Flores de guamirins.
Sem taipas ou aramados.
Pra dividir as estâncias
Da Pampa Celestial.
Mas será este o pampa gaúcho?
O patrão deste pampa me desculpe.
Mas andou a esconder tal belezura.
O revoar, como borboletas.
A plantar sobre o pago anil,
Qual anjos de candura
Colorido de cores mil.
Olhando mais atento ao redor
Avistou Honeyde Bertussi a dedilhar,
O cancioneiro das coxilhas com,
Um olhar jamais visto em humanos,
A mais pura felicidade a iluminar.
Adentrou, cumprimentou o amigo,
Falaram dos tempo de antanho,
Dos rodeios da vida na terra,
Dos potros a galopar, voar.
Do ginete a ginetear, a laçar.
Do churrasco, da canha as vezes:
boa e outras nem tanto;
O doce amargo que degenera.
O chimarrão que aquece a alma
Ao soprar do Minuano.
Abraçados resolveram cavalgar,
No pingo da memória reminicências
Antes nunca sentidas, vividas,
Emponcharam o velho poncho,
De batalhas e saíram:
A cavalgar o Zaino e a Gatiada,
Sem hora e tempo para voltar.
Sem se prender ao passado.