DEDICATÓRIA

Quis um dia ver o mundo

Como o vê Tio Edmundo

Seu viver em submundo

Sob olhar triste, profundo

E um pavor tão descabido

De chegar o fim do mundo

Quis um dia ver o mundo

Como o vê tio Edmundo

Seu andar desacertado

Seu arfar descompassado

Seu gritar esganiçado

Por nascer meio corcunda

Quis um dia ver o mundo

Como o vê tio Edmundo

Eis Quasímodo, quão gentil!

De apaixonar-se tão febril

Por um par de olhinhos azul anil

Da floricultura mais sortida

Ali da Praça 21 de Abril

E não adianta negar, viu tio??

Quis um dia ver o mundo

Como o vê tio Edmundo

Jogo do time preferido

Não perder um só segundo

Frango ensopado com batata

“ Hummm! Tem que servir pra todo mundo”

Eh! Sujeito “boa praça”!!

Oh! Arzinho moribundo!!

Quis um dia ver o mundo

Como o vê tio Edmundo

E sempre dizer para os mais jovens

Estuda meu guri, vai ler um livro, estuda!!

Não te torne um vagabundo!!!

Eu quisera ver o mundo

Como via, tio Edmundo

Seu viver em submundo

Sob olhar doce, profundo

Pena chegar tão prematuro

Seu temido fim do mundo.

Pena saber, que a vida não ensina

O que só se aprendia, na vastidão

Do seu rico submundo.

davicartes@gmail.com

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 27/08/2007
Reeditado em 03/02/2008
Código do texto: T625838
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