A Universitária

A UNIVERSITÁRIA
Miguel Carqueija


A minha Pátria carece
do que eu possa oferecer:
por isso me enobrece
estudar para valer.

Eu posso ser sonhadora
mas tenhos os pés bem no chão;
um dia serei doutora,
o estudo é minha paixão.

Quem não gosta de leitura
está dando muito furo:
importante é ter cultura
pra garantir seu futuro.

Leve seu estudo a sério,
termine sua faculdade;
o saber é um refrigério
e vale em qualquer idade.

Sou jovem mas não sou fútil,
vejo todos como irmãos;
e a todos quero ser útil,
oferecer minhas mãos.

Alegre eu sigo estudando
com Jesus no coração:
e assim estudo cantando
já feliz de antemão

pensando na formatura,
que dia maravilhoso!
Esqueço toda a amargura
pensando em meu pai orgulhoso!

E a minha mãe comovida,
a família radiante,
afinal a minha vida
se torna emocionante.


Quero cumprir meu dever
para não desperdiçar
o tempo, para não ver
a minha vida esfumar!

Nós viemos a esta Terra
pra servir e pra amar;
nunca pra fazer guerra,
destruir e odiar.

O estudo é a a garantia
pra paz ser universal:
estudar é que é a via
pra afastarmos o mal.

Lá na minha faculdade
eu cresci como pessoa,
cimentei tanta amizade
e com tanta gente boa!

Ser bonita e atraente
pode mesmo ser vantagem,
mas importante é ser gente,
ser eu própria uma mensagem.

Os livros são meus amores,
tem tempo pra namorar;
o meu caminho é de flores
mas eu quero me formar.

Papai, mamãe, meus irmãos,
eu amo a todos vocês:
me dêem as suas mãos
me beijem, que é minha vez

de chegar pelo estudo
a uma profissão honrada;
amor e trabalho é tudo,
Deus não nos pede mais nada.


24.2.15 e 2/4/15
(NOTA: este poema foi originalmente publicado em 3 de abril de 2015 e ora é republicado com as valiosas parcerias de Beatriz Nahas, Bruna Moreira de Souza e Joyce Lima)

SER UNIVERSITÁRIA PARA MIM...

BEATRIZ NAHAS


Fazer faculdade é muito bom para adquirirmos alguma habilidade
E por isso, devemos dar nosso melhor com muita força de vontade.
A faculdade também me remete a ansiedades de vitórias
e muito medo de possíveis derrotas.

Além da alegria por uma vaga conquistar,
Há muito medo de reprovar
e de não conseguir se enturmar.
Há muita dúvida de depois não conseguir trabalhar
E de não ser um bom profissional para a família poder se orgulhar.
E há muita ansiedade por muitos trabalhos num mesmo prazo
E também por querer se formar bem rápido.

A tensão vêm da pressão externa e interna.
A preocupação parece ser eterna
Se o estresse nos dominar com maestria
Ao achá-lo natural diante do dia-a-dia.

Saber qual é o propósito do estudo
Pode ajudar um proativo aluno
A passar pelos “obstáculos” com resiliência
ao olhar as dificuldades que criamos ou não com mais paciência.

Assim, a ansiedade e o medo são amenizados
Pelos comentários dos professores serem aproveitados
E pela auto-estima estar alinhada com a também presente alegria
De ser aluno não mais de escola e sim, de uma universidade,
E por isso, o curso e a prova deixam de ser ruins contos de fadas
e passam a ser a mais pura e preparada realidade.


Beatriz Nahas




Olá! Meu nome é Beatriz Nahas. Podem me chamar de Bia. Tenho 20 anos. Eu escrevo textos desde os meus 15 anos mais ou menos. Então, há muito tempo descobri esse passatempo meu que a princípio, era porque achava divertido rimar e aí, depois, passei a escrever como uma forma de expressão e de autoconhecimento. Eu realmente amo escrever! Escrevo sobre assuntos pessoais, sociais, filosóficos, românticos, e etc, ou seja, sobre tudo um pouco. Cada texto é uma parte de mim muito especial.
Obrigada ao site pela oportunidade de expor aqui meus poemas e aos leitores pela leitura e comentários! 
Tenho dois blogs individuais:

- De poemas: 
www.rumoaminhamente.blogspot.com.br     
- De prosas: 
www.ningueeemesegura.blogspot.com.br
Boa leitura!!


 
A UNIVERSITÁRIA
SONHO DE CRIANÇA

Bruna Moreira de Souza

 
Aquele prédio pareceu um universo completo; ideias, pessoas, sonhos, vida... sim cheio de vida. É uma fita cassete ao contrário; pensamentos cheios de flashbacks. Uma máquina do tempo já me dando imagens do futuro e ideias do passado.
Subir aquelas escadas apenas me lembra do esforço... Conhecer o mundo que não conheço pelos livros. Estudar para ser além de um papagaio nesse mundo. Conhecer para não perecer. Ver o mundo com outros olhos e sorrir. Começar a entender o mundo e ainda assim sorrir.
Crescer não quis dizer nada... continuo a me envergonhar com aquele pensamento: fazer Direito para mudar o mundo. Viver naquele velho bobo sonho de criança nunca cai na rotina. Estou aprendendo a ser o que quero quando crescer. Quando crescer, serei o que quero.
É tão estranho a forma que até o mais dos indecisos já sabem lá no fundo de seus corações um rumo para se tomar... Eu era a chata que falava de política, a estraga prazer que invocava a verdade da lei. Como poderia escolher engenharia? Como poderia me tornar uma médica? Teria mais chances para a programação?
Guimarães Rosa já disse: “O animal satisfeito dorme”. Sonhos nunca devem se calar. Fingiria estar satisfeita apenas para poder dormir e assim não voltar a pensar no arrependimento. Quando o arrependimento batesse, repetiria a hipocrisia: nunca viver apenas do sonho e ainda se lembrar que no mundo adulto conhecimento ainda é poder.
Só espero não ser mais um desses adultos. Isso aqui ainda é um sonho. Nesse prédio, a vida é o futuro. Nunca pode cair na rotina. Aqui, usar saia não pode significar mais nada.  Nunca posso me esquecer daquele velho sonho bobo de criança. Lá no fundo ainda sei que quero mudar o mundo. Eu achei meu caminho, no entanto, quando as pessoas chegam no fim do labirinto, elas voltam e se perdem de novo.
Bruna Moreira de Souza

 

Bruna Moreira de Souza, 18 anos. Cursando o segundo ano da faculdade de Direito em São Paulo, SP.
Eu escrevo algumas coisas e também me aventuro como Leitora Beta (qualquer gênero, menos poema).
Entre em contato com uma mensagem por aqui mesmo ou me mande um email com o assunto: LEITURA BETA.

brunamoreirasouza@hotmail.com

PS:  É de graça, ok?
Só para constar que eu leio de TUDO! Mas gostar já é uma coisa diferente. Não sou de já não gostar da história só pelo gênero. Tudo depende de como você me conta essa história ;)
Como já disse um filosofo: é tudo relativo!
Já cursei Informática, na área de programação, até o fim,  mas o senhor Java não foi páreo para a literatura e o mundo jurídico. 




HISTÓRIA DE VIDA DE UMA GRADUANDA
 
Joyce Lima
 
Orquídea menina, orquídea mulher. Da alfabetização à Graduação, eterna aprendiz. Mulher determinada e lutadora.
 
Falar de conquistas é falar de lutas. Pensar em conquistas e lutas é lembrar da história de vida da graduanda Orquídea.
Orquídea, menina pobre que viveu seus primeiros cinco de anos de vida no campo, onde foi alfabetizada pelo pai, homem simples e que havia estudado até a quarta série. Ali, conheceu as primeiras letras, fez suas primeiras leituras cantando algumas Historinhas de Cordel. O pai gostava desse tipo de literatura e comprava os romances em feiras livres e levava para a pequena filha, a quem decidira alfabetizar e ensinar o caminho do bem.
A menina aprendeu a ler e a escrever, o pai se mudara para a cidade para que a filha pudesse estudar. Cursara o primário, hoje Fundamental I, e o ginásio, conhecido hoje por Fundamental II, ambos com muita dificuldade porque os estudos não foram públicos em sua totalidade. Agora adolescente, é hora de prosseguir rumo à profissionalização. Assim, muda-se para outra cidade.
Ainda adolescente a caminho da idade adulta, aos dezoito anos de idade, Orquídea tornou-se Professora Primária ao concluir o Curso de Magistério, também com muita luta.

Orquídea adulta, após concluir o Magistério, precisou adiar, por 10 anos, os planos de continuar os estudos, de entrar para uma universidade. Precisava ajudar a família e precisava se manter.
Exatamente após 10 anos, agora professora primária, Orquídea decide prestar vestibular em uma universidade pública. Não podia pagar cursinho pré-vestibular, estudava à noite os livros que conseguiu emprestado da Biblioteca. Era difícil estudar porque morava em uma pequena casa cheia de crianças. Enfim, Orquídea foi aprovada no primeiro vestibular que decidiu fazer.


A mocinha viu a chance de realizar o seu grande sonho e não se deixou abater diante dos muitos obstáculos que surgiram em sua nova caminhada.
A universidade localizada em outra cidade, obrigava Orquídea a se aventurar pelas rodovias, todos os dias. Eram mais de duas horas para ir à universidade e mais de duas horas para voltar, no dia seguinte. Não tinha salário alto, o que ganhava não dava sequer para pagar as passagens de ônibus. Assim, vendia doces no trabalho, dava aulas extras para os alunos que lecionava e pedia carona nas estradas, sempre rogando a proteção Divina.


Estudava à noite, trabalhava durante o dia e estudava aos finais de semana. A diversão era sair às sextas-feiras com colegas e participar de congressos com um montão de universitários. Estava feliz. Quando alguém questionava porque ela pagava para trabalhar, já que o dinheiro que recebia não cobria as despesas da universidade, ela prontamente respondia que estava em busca dos sonhos e que não havia outra forma de conseguir vencer na vida.
Nos dois últimos anos de estudos na universidade ocorreram algumas mudanças. Alugou uma casa com a ajuda do pai e ia trabalhar apenas duas vezes por semana, em decorrência do estágio. Em decorrência do corre-corre dos anos anteriores, Orquídea teve estresse e ficou dois meses impedida de ir à universidade, no último semestre do curso. Disso, resultou a reprovação em uma disciplina e ela não pôde colar grau com os colegas da turma. Foi à festa dos colegas e ficou aguardando o novo semestre para cursar a disciplina mais uma vez.


Semestre seguinte, lá estava Orquídea cursando a tal disciplina para concluir o tão sonhado curso. Dessa vez, foi aprovada e colou grau. Enfim, graduada!

Com o Diploma do curso superior nas mãos, agradeceu a Deus, à família e aos amigos. Não teve festa, mas teve regozijo de todos que a conheciam.
Diploma na mão, felicidade no coração e aumento salarial de imediato. Enfim, os frutos começaram a ser colhidos. Mas, não apenas o dinheiro interessava à Orquídea que valorizava o conhecimento e isso a impulsionou a ir além, mais além do que sonhara de imediato. Ela voou mais alto, mesmo sem ter asas. Voou com as asas do conhecimento.
Ela ganhou dinheiro, ganhou conhecimento e ganhou experiência. Voou para um mestrado, voou para um doutorado e voou par um pós doc. Pousou no mais alto ponto da torre, sem esquecer que o conhecimento é adquirido constantemente. Não esqueceu que se aprende com o outro e com os outros.


Exemplo de superação, de fé em Deus, de confiança em si própria, de saber conviver e de perseverança, Orquídea conquistou seu lugar ao Sol. Ela sonhou, agiu e conseguiu. Não desistiu dos seus sonhos porque, segundo ela, não há vitória sem luta.

Sonhe, trace metas, crie estratégias e seja responsável pelo seu sucesso. Mas, não despreze aqueles que te ajudarem pelo caminho.


JOYCE LIMA



 JOYCE LIMA
 
Doutora em Educação, pela Universidade São Francisco, com doutorado-sanduíche na Universidade de Lisboa, bolsista da CAPES. Mestra em Educação com ênfase em Educação Ambiental, pela Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro. Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Bióloga, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e formação em Magistério, pelo Instituto de Educação Régis Pacheco - Jequié-BA.



imagens internet; fotos de Beatriz Nahas e Joyce Lima gentilmente cedidas pelas autoras

 
Miguel Carqueija, Beatriz Nahas, Bruna Moreira de Souza e Joyce Lima
Enviado por Miguel Carqueija em 09/02/2018
Reeditado em 09/02/2018
Código do texto: T6249413
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