BELEZA QUE NÃO RI
Eu vi a confusão
Eu vi a liberdade
E nos traços da ingenuidade eu vi a razão
E no coração muita serenidade
Quase não vi sorrisos
Pelo menos pela janela que a conheci
Me privei de ficar iludido
Na postura de uma beleza que não ri
Eu vi a aventura
O medo de ficar sozinha
A vontade de não achar a fada madrinha
De uma história sem frescura
Eu vi fumaça
E nem fiz questão de procurar o fogo
De um cigarro eu vi toda a graça
De uma pessoa que não acha que o mundo é torto
Eu vi o tesão
O desejo da própria inocência
E vi o motivo do coração
Esquecer que possui inteligência
Eu vi cachos
Enrolados e volumosos
Que escondiam leves traços
De uma mulher sem remorso
Eu vi o romance
Naquela que sonhava em namorar
Não acreditei no primeiro instante
Que tanta sabedoria queria se apaixonar
Eu vi a luz que inspira a todos
Numa crença que só ela tem
Eu sei que pode parecer fé de um tolo
Que um ser de outro planeta lhe quer bem
Eu vi o semblante da beleza
E de um charme sem igual
E tenho quase certeza
Que ela não parece ser uma mera mortal
Não sei quando a verei de novo
E nem se haverá um próximo verso
Mas as lembranças se tornam o conforto
De quem deseja tê-la por perto