A MULHER

Do teu corpo, labareda

Dos teus olhos, o farol

Das tuas mãos, uma pena

Dos teus pés, um pôr-do-sol

Do teu pescoço, uma enseada

Do teu ventre, uma relva

Da tua boca, uma fonte

Das tuas coxas, uma selva

Das tuas ancas, um estuário

Das tuas costas, um cântaro

Da tua nuca, um alpendre

Dos teus quadris, um píncaro

Assim és tu investida

Dessa parecença esplêndida

Como ser mitológico

Uma cor, uma estrela, uma lenda

És tu, mulher venerável

Linda, em todo o seu esplendor

De dia, fazes-me poeta

À noite, matas-me de amor

Daniel Amaral

28/05/2007

Daniel Amaral
Enviado por Daniel Amaral em 18/08/2007
Reeditado em 29/08/2007
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