Mamãe
Mamãe.
Estou muito triste ainda, não és fácil .
Mamãe você telefonava-me, todos os dias.
Minha Mãe, não me ligou ontem...
Minha Mãe, não me ligou hoje...
Minha Mãe, não vai me ligar amanhã...
Minha Mãe, não pode me ligar mais.
Eu não vou ouvir a voz, da minha Mãe.
Porque minha Mãe, não vai mais me ligar.
Eu perdi minha Mãe, e não posso mais encontrar.
Eu corri para o mar...
Eu gritei:
-Maaããããããããããããããããããe...
Eu gritei... gritei... eu gritei.
Sentei na areia, e comecei à chorar.
Mexi com as conchinhas.
Eu desenhei um coração.
Fiquei ouvir o barulho, das ondas do mar.
No céu, uma gaivota voava.
Ela era branca...
Parecia quê, queria falar-me.
O céu azul, repleto de nuvens brancas.
Eu podia desenhar nas nuvens, o seu rosto.
Eu queria encontrar você, a minha Mamãe.
Eu não queria imaginar, apenas.
Assim, eu chorava e pedia a minha Mãe.
-Mãe... Mãããããããããe... Mamãããããããããe...
Minha Mãe, sumiu.
Minha Mãe, partiu.
Minha Mãe , sorriu.
Minha Mãe, sentiu...
O meu chamar.
O meu chorar.
-Minha Mãe, volta para mim?!
-Minha Mãe, isto não é o fim.
Estou apenas perdida.
Estou sonhando que sua voz, estás distante.
Tenho um mar.
Tenho um céu.
Tenho um vento.
Tenho um coração.
Tenho estrelas no céu...
Tenho estrelas no mar.
Eu posso, ter tudo...
Eu não posso, ter nada.
Tudo e nada...
Nada e tudo.
São céticos e incoerentes.
Ao levantar-me da areia...
Olhei para o infinito.
Fechei os meus olhos...
E senti , o seu perfume místico.
Criado por Astecas, Egípcios, Árabes e Russos.
E ao vento soprar...
Eu senti as suas mãos...
Tão delicadas, à tocar meu rosto.
Abri meus olhos...
E ouvi um violino tocar a sua música...
CSárdás of Vittorio Monti.
Eu lhe imaginei, dançando feliz e sorrindo.
Fechei meus olhos.
Lágrimas desceram, sobre minha face.
Senti meu peito apertar...
E você veio me abraçar.
Minha Mamãe...
Minha Rainha...
Minha Mentora...
Minha Criadora.
As ondas do mar, me molharam...
A gaivota branca, voou no céu azul.
Então, olhei para o Infinito...
E eu lhe vi.
Minha Mamãe!!!
Você sorriu-me, e partiu.
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Dedico a minha amada Mãe (in Memoriam) que me ensinou a essência do amor, da humildade e da doação, pois mesmo em seus últimos minutos de vida, me telefonou dizendo:
- Eu te amo, você sempre será a minha linda bonequinha.
Então, a luz acabou na minha cidade, caiu uma tempestade e não pude mais ouvir a minha Mamãe.
"Maria Creusa Oliveira e Vieira de Menezes Gasbarro (Thula Badhà)"
* 03/08/1942
+ 02/06/2016
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