Aos que arrebatam e a vendem
Esses comensuráveis digníssimos calvos
Que usam bordas nos pés
E comem papéis bem calmos
Sem levar em conta as praças das sés
Aplausos e estátuas de zinco
Escondidos no sorriso do menino
Que acena e verte lágrimas
Sem perceber as causas de suas lástimas
Esses nobres de porte altivo
Enfunados na dormecência de seus dedos
Que mancham as paredes para vendê-las
Esses que arrebatam becos e esquinas
Usufruem das meninas
Que só podem ter prazer nos cinemas
E são santas, não vendem nossos fonemas...
Esses fartos magricelas que se cortam
Para causarem comoção
Ludibriar suas próprias mães
Enquanto vendem a nação
Escrevem opúsculos forjados
E são eleitos pelas leis...
(que eles falsificaram...)