A Fadista
A FADISTA
Miguel Carqueija
Cantar é coisa que afasta
do coração todo o mal!
Recostada na pilastra
eu canto o meu Portugal!
E canto para o meu rio,
este Tejo deslumbrante,
meu cantar tem muito brio,
sou fadista a cada instante!
Amália tu és minha musa
e como és inesquecível,
e nesta era confusa
és meu farol imperdível.
Francisco José também
é um notável fadista;
vamos ouvi-lo, meu bem:
ele foi um grande artista!
Tenho público fiel
e sempre a casa eu repleto!
E me acompanha o Miguel,
um guitarrista completo!
Que é o Fado afinal,
é a canção que retrata
a vida, o bem e o mal
e o sofrimento que mata!
Eu creio que não existe
nenhum gênero com a dor
que consegue ser tão triste
mesmo falando em amor!
E eu canto as noites em claro
nas amarguras do amor;
e toda angústia declaro,
todo amargo dissabor!
Sou herdeira da Severa
e espero, não na tragédia;
pois na minha canção vera
tem um pouco de comédia!
Sei que a minha voz é boa
mas capricho quando canto
minha querida Lisboa
num fado que é puro encanto!
E Mouraria e Alfama
em versos tão regionais
que nosso fado proclama
entre suspiros e ais!
E a casa tão portuguesa
e por isso hospitaleira,
pão e vinho sobre a mesa,
venha, senta na cadeira
que assim é meu Portugal:
triste mas encantador,
mesmo o destino fatal
não lhe arrebata o amor!
Tomando um vinho do Porto
pra afogar a secura
assim eu busco um conforto
calando a minha amargura!
Pois nem tudo o que eu canto
é fantasia afinal:
a fadista no seu canto
também sofre do seu mal!
A Deus e à Virgem recorro
pra curar o meu desgosto
e ao Céu eu peço um socorro
mas continuo em meu posto!
(8/2/2016)
FADO!
FADO
Te ouço fado...
Nos encontros das guitarras
Nas palavras emocionadas
Nas canções versadas.
Fado...
Canto a tua emoção,
No doce sentimento
Desfiado ao vento
Além mar...
Chorando o lamento.
Fado...
Dos amores proibidos
Das vidas prometidas
Dos perdões das almas
Das lágrimas emocionadas.
Fado...
Das paixões ligadas,
Ao amor prometido
Que o vento levou
mas que o coração não esqueceu.
Fado...
No cantar das emoções
Pelas palavras ditas
nas cartas enviadas
Dos amores proibidos.
Fado...
Dos cachos de uvas douradas,
Das pedras no caminho,
Das canoas que partem
Das saudades que ficam.
Fado...
Das recordações ,
Dos corações chorados
Dos momentos vividos
Das partidas sem voltas.
Fado...
Da mesa com pão e vinho,
Das paredes perfumadas de alecrim
Da catita bonita
vendendo os seus limões.
Fado...
Das paredes inconfessáveis
Dos sentimentos escondidos
Do amor forte
Dos ares de Portugal.
Fado...
Das tradições
Do amor ao país
Da emoção de ser...
Portugal.
Amarilis Pazini Aires
Amarilis Pazini Aires, nascida em São Paulo-Capital.
Pianista, Artesã e Poeta.
Participei de duas Antologias-1-Alimento da Alma III, com 3 poemas.
2-Melhores da Poesia Brasileira, com 1 poema.
Faço parte do Lítero Cultural e fui entrevistada por Selmo Vasconcellos, sobrinho do imortal José Mauro de Vasconcellos.
Tenho dois blogs 1-Poetando a Vida 2-Meus duetos e Presentes de Amigos.
Imagens das fadistas Amália Rodrigues (Portugal), Olivinha Carvalho (Brasil) e Ana Moura (Portugal).
Retrato de Amarílis Pazini Aires gentilmente cedido pela autora.
A FADISTA
Miguel Carqueija
Cantar é coisa que afasta
do coração todo o mal!
Recostada na pilastra
eu canto o meu Portugal!
E canto para o meu rio,
este Tejo deslumbrante,
meu cantar tem muito brio,
sou fadista a cada instante!
Amália tu és minha musa
e como és inesquecível,
e nesta era confusa
és meu farol imperdível.
Francisco José também
é um notável fadista;
vamos ouvi-lo, meu bem:
ele foi um grande artista!
Tenho público fiel
e sempre a casa eu repleto!
E me acompanha o Miguel,
um guitarrista completo!
Que é o Fado afinal,
é a canção que retrata
a vida, o bem e o mal
e o sofrimento que mata!
Eu creio que não existe
nenhum gênero com a dor
que consegue ser tão triste
mesmo falando em amor!
E eu canto as noites em claro
nas amarguras do amor;
e toda angústia declaro,
todo amargo dissabor!
Sou herdeira da Severa
e espero, não na tragédia;
pois na minha canção vera
tem um pouco de comédia!
Sei que a minha voz é boa
mas capricho quando canto
minha querida Lisboa
num fado que é puro encanto!
E Mouraria e Alfama
em versos tão regionais
que nosso fado proclama
entre suspiros e ais!
E a casa tão portuguesa
e por isso hospitaleira,
pão e vinho sobre a mesa,
venha, senta na cadeira
que assim é meu Portugal:
triste mas encantador,
mesmo o destino fatal
não lhe arrebata o amor!
Tomando um vinho do Porto
pra afogar a secura
assim eu busco um conforto
calando a minha amargura!
Pois nem tudo o que eu canto
é fantasia afinal:
a fadista no seu canto
também sofre do seu mal!
A Deus e à Virgem recorro
pra curar o meu desgosto
e ao Céu eu peço um socorro
mas continuo em meu posto!
(8/2/2016)
FADO!
FADO
Te ouço fado...
Nos encontros das guitarras
Nas palavras emocionadas
Nas canções versadas.
Fado...
Canto a tua emoção,
No doce sentimento
Desfiado ao vento
Além mar...
Chorando o lamento.
Fado...
Dos amores proibidos
Das vidas prometidas
Dos perdões das almas
Das lágrimas emocionadas.
Fado...
Das paixões ligadas,
Ao amor prometido
Que o vento levou
mas que o coração não esqueceu.
Fado...
No cantar das emoções
Pelas palavras ditas
nas cartas enviadas
Dos amores proibidos.
Fado...
Dos cachos de uvas douradas,
Das pedras no caminho,
Das canoas que partem
Das saudades que ficam.
Fado...
Das recordações ,
Dos corações chorados
Dos momentos vividos
Das partidas sem voltas.
Fado...
Da mesa com pão e vinho,
Das paredes perfumadas de alecrim
Da catita bonita
vendendo os seus limões.
Fado...
Das paredes inconfessáveis
Dos sentimentos escondidos
Do amor forte
Dos ares de Portugal.
Fado...
Das tradições
Do amor ao país
Da emoção de ser...
Portugal.
Amarilis Pazini Aires
Amarilis Pazini Aires, nascida em São Paulo-Capital.
Pianista, Artesã e Poeta.
Participei de duas Antologias-1-Alimento da Alma III, com 3 poemas.
2-Melhores da Poesia Brasileira, com 1 poema.
Faço parte do Lítero Cultural e fui entrevistada por Selmo Vasconcellos, sobrinho do imortal José Mauro de Vasconcellos.
Tenho dois blogs 1-Poetando a Vida 2-Meus duetos e Presentes de Amigos.
Imagens das fadistas Amália Rodrigues (Portugal), Olivinha Carvalho (Brasil) e Ana Moura (Portugal).
Retrato de Amarílis Pazini Aires gentilmente cedido pela autora.