Espúrio
Não te desejo nada de bom,
tampouco, nada de ruim.
Não te quero em pensamentos,
tampouco, perto de mim.
Não te entrego mais o tempo
que consumia o meu fim.
Não gasto mais palavras contigo,
desperdiçando meu latim.
Não reconheço tuas cores,
não estás em meu jardim.
Não conheces minhas flores,
não passas de mero capim.
Não és a altura dos sonhos,
foste apenas o trampolim.
Não há mais proximidade,
repousarás no confim.
Não usarei tuas vestes,
cubro-me com meu cetim.
Não sou teu irmão ou amigo,
meu nome nunca foi Caim.
Não terás notícias minhas,
muito menos em folhetim.
Não saberás dessas guerras,
tampouco, de qualquer motim.
Não beberei em outro copo
os restos de teu botequim.
Não tratarei com valor
o que nunca foi marfim.
Não te darei mais pousada
no conforto de meu camarim.
Não terás minha Colombina,
jamais serás Arlequim.