O poeta
O poeta tem olhar misterioso
Não rima, nem soletra
Fala, mas não diz
Silencia meus pensamentos
No arquear das sobrancelhas.
Estas, falam de si
Sem nem precisar repetir.
A mão do poeta é trêmula
A boca ansiosa
Os ouvidos,
obsessivos, compulsivos e musicais.
O gosto,
de parecer não saber o que se quer
O caminhar
de não saber para onde vai
A timidez
a sombra do que é capaz
Do talento que exala
Nas linhas, entrelinhas do papel
da caneta e da poesia.
Da alegria fadada a tristeza
Do ser sensível, melódico e inalcançável.